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Por Redação O Sul | 21 de outubro de 2016
Assim como ocorre com o governo federal, os gastos com aposentadorias e pensões são o principal esqueleto no armário de Estados e municípios, mostra estudo publicado nesta quinta-feira (20) pelo Tesouro Nacional. De acordo com o levantamento, o aumento real (descontada a inflação) das despesas com servidores públicos inativos entre 2014 e 2015 foi de 28,41% no caso dos Estados e do Distrito Federal e de 12,1% para os municípios.
Esse crescimento puxou as despesas com pessoal, maior fonte de preocupação nas contas dos governos locais, na avaliação do Tesouro. Em 2015, diz o estudo, os servidores inativos representaram 24%, em média, das despesas com pessoal dos Estados.
“Tal despesa tem sido de difícil controle por parte dos Estados. Seu crescimento restringe a margem para que o Poder Público enfrente as restrições financeiras atuais e futuras”, afirma o Tesouro.
Entre as medidas de ajuste sugeridas no relatório para reverter essa tendência, estão o controle de aumentos salariais e gastos com funcionários comissionados, a redução da contratação de terceirizados e mudanças na previdência dos servidores.
O governo indicou que pode incluir na sua proposta de reforma da Previdência, que ainda está em estudos, mudanças nas aposentadorias dos funcionários estaduais. Em dez Estados e no Distrito Federal, segundo o levantamento, a participação das despesas com pessoal nas despesas primárias superou os 60% no ano passado. Encabeçam esse ranking Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Paraná.
Os Estados em que os gastos com funcionários mais cresceram em 2015, em termos reais, foram Rio de Janeiro, Minas Gerais e Santa Catarina, além do Distrito Federal. Junto com a queda na arrecadação, a alta das despesas com pessoal foi responsável pelo resultado primário (antes do pagamento de juros) dos Estados ter caído de um superávit de R$ 18,9 bilhões em 2012 para somente R$ 2,9 bilhões no ano passado.
A melhoria em 2015 foi atribuída pelo Tesouro à redução nos investimentos, que tiveram uma queda nominal de 37,7% na comparação com 2014. O resultado não foi melhor por causa do aumento das despesas com pessoal. (Folhapress)