Com o aumento da expectativa de vida e o envelhecimento saudável, a aposentadoria virou um momento de curtir a vida e usufruir dos bens conquistados durante os anos ativos como trabalhador. Com isso, é crescente o número de aposentados brasileiros vivendo no exterior. Dados levantados pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE) apontam que cerca de 5 milhões de brasileiros vivem fora do País.
As justificativas para sair do Brasil e os lugares escolhidos são os mais diversos, porém, todos desejam o mesmo: qualidade, segurança e baixo custo de vida. A advogada internacionalista especialista em planejamento migratório, Rita Silva, explica que muitos fatores devem ser analisados antes de uma imigração.
“Os idosos devem considerar fatores como cultura, língua, acesso a serviços médicos e facilidade para obter vistos. Outro fator a ser analisado é se o Brasil tem acordos bilaterais ou multilaterais com o país de destino, pois isso facilita as questões tributárias”, diz ela.
A consultoria de recolocação profissional Moving to Spain divulgou um ranking com os melhores países europeus para viver aposentado. O estudo analisou centenas de opiniões e informações sobre o tema. Confira os países listados:
* 1º – Portugal
* 2º – Espanha
* 3º – Itália
* 4º – Grécia
* 5º – Bulgária
* 6º – França
* 7º – Eslovênia
* 8º – Croácia
* 9º – Malta
* 10º – Irlanda
Rita Silva explica que para criar o ranking, foi feita uma análise sobre oito fatores determinantes, entre eles o valor dos imóveis (compra e locação), facilidade para obter vistos permanentes no país, orçamento mensal, adaptação, acesso e qualidade dos serviços de saúde, desenvolvimento, governança e clima.
“O ranking trouxe apenas países europeus, mas todos com cultura e clima variados. Com isso, certamente é possível encontrar um lugar que atenda às necessidades do aposentado e tenha facilidades tributárias com o Brasil. É necessário pesquisar e se informar muito antes de mudar de país, por isso, sempre falo da importância desse planejamento para a aposentadoria já estar sendo realizado durante os anos de trabalho”, explica a advogada.
A Europa é a região mais procurada pelos brasileiros, por conta da facilidade de adaptação, já que temos muitas famílias imigrantes aqui no Brasil, sendo também mais fácil a retirada de vistos permanentes. “Outra vantagem é a facilidade de locomoção entre os países, já que dentro da União Europeia é possível viajar sem a necessidade de visto ou passaporte”, afirma Rita.
Rita elenca como os melhores países: Itália, Portugal e Espanha. “Esses três países são os com mais proximidade com o Brasil, temos muitos descendentes de imigrantes que já possuem parte da cultura em tradições familiares. Além disso, dividimos a mesma língua com Portugal, sendo mais fácil a adaptação. O sistema de saúde da Espanha também é um diferencial para os brasileiros, já que é reconhecido como um dos países com melhor sistema de assistência médica do mundo, com serviços públicos e privados bastante acessíveis. A Itália se destaca pela proximidade de costumes e valores com os brasileiros”.
Grécia e França também são bons países para a imigração, apesar da dificuldade de adaptação com a língua.
Com a maioria dos países europeus, inclusive os citados pela advogada, o Brasil possui acordos bilaterais ou multilaterais de Previdência Social, que têm por objetivo principal garantir os direitos de seguridade social previstos nas legislações dos dois países aos respectivos trabalhadores e dependentes legais, residentes ou em trânsito no país. Os acordos entre Brasil-Itália e Brasil-Portugal preveem a prestação de assistência médica da rede pública aos segurados em viagem ao exterior.
A solicitação de transferência de benefício para recebimento no exterior poderá ser requerida pelo beneficiário para os Acordos Bilaterais e Multilaterais. Neste caso, o segurado deverá, antes da mudança, solicitar a transferência junto à Agência da Previdência Social – APS, onde o benefício está mantido.
Além de todo esse planejamento quanto à cultura, língua e tributário. É necessário que o imigrante também tenha uma reserva financeira.
“O aposentado precisa ter uma reserva financeira para imigrar com segurança e conseguir remediar qualquer emergência que apareça. Também é importante que o aposentado saiba a melhor maneira de aproveitar sua aposentadoria mensal, um especialista em finanças pode ajudar nesse momento”, afirma Rita.