Quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 6 de dezembro de 2024
A empresa de tecnologia Apple foi acusada em ação judicial de monitorar aparelhos pessoais e contas de iCloud de funcionários de forma ilegal. A denúncia foi apresentada ao tribunal estadual da Califórnia, nos Estados Unidos, neste domingo, e alega que a empresa impede que os colaboradores discutam salários e condições trabalhistas. A informação foi divulgada pela Reuters.
Funcionário na área de publicidade digital para a fabricante do iPhone, Amar Bhakta ainda alega na denúncia que a empresa exige de seus trabalhadores a instalação de um software de monitoramento em aparelhos que usam para trabalhar, permitindo, assim, o acesso aos e-mails, galeria de fotos, dados de saúde e mais informações pessoais.
Segundo a Reuters, a Apple ainda seria responsável por políticas de confidencialidade rigorosas, que proíbem os funcionários de discutir condições trabalhistas e de procurar a justiça para denunciar violações de direitos resguardados por leis.
Bhakta, funcionário da Apple desde 2020, afirma ter sido proibido de discutir seu trabalho em podcasts e instruído a remover informações sobre suas condições laborais do perfil no LinkedIn.
“As políticas e práticas de vigilância da Apple inibem e, portanto, também restringem ilegalmente a denúncia de funcionários, a concorrência, a liberdade de movimentação de funcionários no mercado de trabalho e a liberdade de expressão”, diz o processo.
Em resposta, um porta-voz da Apple declarou que as alegações feitas no processo não têm mérito, ressaltando que a empresa treina anualmente seus funcionários sobre o direito de falar sobre suas condições de trabalho.
“Na Apple, estamos concentrados em criar os melhores produtos e serviços do mundo e trabalhamos para proteger as invenções que nossas equipes criam para os clientes”, disse a empresa.
A nova ação foi apresentada com base em uma lei exclusiva da Califórnia, que autoriza trabalhadores a processarem seus empregadores em nome do Estado, garantindo a eles 35% do valor de eventuais penalidades recuperadas.