Dois homens envolvidos em um esquema elaborado para enganar a Apple foram condenados à prisão esta semana, anunciou o Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ). Eles foram responsáveis por um golpe que substituiu cerca de seis mil iPhones falsificados por iPhones genuínos, com prejuízo na casa dos R$ 13,6 milhões.
Juntamente com seus co-conspiradores, os golpistas Haotian Sun e Pengfei Xue praticaram o crime entre 2017 e 2019, período em que os funcionários da gigante de Cupertino, na Califórnia, falharam em detectar o que o DOJ descreveu como um esquema “sofisticado” .
O esquema consistia em enganar a Apple para que aceitasse telefones falsos durante devoluções, falsificando números de série ou números de Identificação Internacional de Equipamento Móvel (IMEI) vinculados a iPhones reais de clientes que ainda estavam na garantia.
A Apple oferece uma garantia de um ano para iPhones novos que apresentem defeitos e vende planos de seguro para estender essas garantias
Sun foi condenado a quase cinco anos de prisão e deverá pagar mais de R$ 5 milhões à Apple em restituição, assim como Xue, que também foi condenado e deverá pagar mais de R$ 2 milhões em restituição. Além disso, ambos devem cumprir três anos de liberdade supervisionada e perder milhares de dólares adicionais após a decisão judicial.
Anúncios ocultos
Em outra frente, com o lançamento do iOS 18, os dispositivos da Apple passaram a ter uma nova funcionalidade que permite ao usuário ocultar anúncios durante a navegação na internet. A ferramenta, chamada Controle de Distração, coloca em risco modelos de negócios que dependem da publicidade na internet.
Segundo especialistas, a mudança ameaça a sustentabilidade do jornalismo, além de afetar criadores de conteúdo, e-commerce e publicações independentes. A Associação Nacional de Jornais (ANJ) já começou a fazer testes para avaliar o impacto que o bloqueador de anúncios terá para o setor.
“É extremamente preocupante e não é a primeira vez que a Apple simplesmente vira as costas para o modelo de sustentabilidade do jornalismo”, diz o presidente-executivo da ANJ, Marcelo Rech, que lembra que a empresa cobra um percentual do valor de assinaturas feitas pela loja de aplicativo Apple Store.
Em um botão no Safari, o usuário que ativa o recurso opta por eliminar da página da web anúncios, banners e pop-ups que não quer ver. Se outras páginas do mesmo site tiverem os mesmos itens, eles são ocultados automaticamente.
“É extremamente preocupante e não é a primeira vez que a Apple simplesmente vira as costas para o modelo de sustentabilidade do jornalismo” – Marcelo Rech, presidente-executivo da ANJ
A ferramenta faz parte do pacote de mudanças promovido pela empresa no iOS 18, atualização do sistema operacional que roda os aparelhos da Apple, e que foi lançada globalmente há duas semanas.
A preocupação é que a receita da publicidade digital que sustenta sites na internet encolha. Rech diz que o bloqueador pode significar “retirar uma parte do que sustenta os sites de jornalismo, que é a publicidade”. Em diversos sites abertos, que não cobram assinatura, 100% da receita vem da publicidade, lembra ele, enquanto outros veículos se mantêm de forma híbrida, com assinatura e anúncios. As informações são do jornal O Globo.