A Apple perdeu US$ 113 bilhões (R$ 563 bilhões) em valor de mercado na quinta-feira (21), após o governo dos Estados Unidos acusar a fabricante do iPhone de práticas de monopólio por meio do seu smartphone. A queda corresponde a 4,9%, que se soma a uma perda acumulada de 11% em 2024 (US$ 368 bilhões ou R$ 1,8 trilhão), segundo a Bloomberg.
A desvalorização acontece após o Departamento de Justiça e mais 16 estados entrarem com um processo antitruste contra a Apple na quinta-feira, alegando que a companhia violou as leis com práticas abusivas, projetadas para manter seus clientes dependentes do iPhone e menos propensos à troca por dispositivos concorrentes.
A ação, que possui 88 páginas e conclui uma análise regulatória do conjunto de dispositivos e serviços da Apple, ainda diz que a gigante de tecnologia impediu outras empresas de oferecerem aplicativos concorrentes aos produtos da Apple, como sua carteira digital, que, segundo o governo, poderia reduzir o valor do iPhone. O processo pede ao tribunal que pressione a Apple a interromper suas práticas atuais, como o bloqueio de aplicativos de streaming na nuvem e a prevenção de criação de alternativas às carteiras digitais, além do pagamento de uma multa não especificada.
“Os consumidores não deveriam ter que pagar preços mais altos porque as empresas violam as leis antitruste”, disse o procurador-geral Merrick Garland. “Se não for contestada, a Apple apenas continuará a fortalecer o seu monopólio dos smartphones”.
O controle rígido que a Apple faz em torno de seu ecossistema de produtos é bastante conhecido (e criticado), concedendo facilidades de acesso a seus próprios produtos e limitando o acesso e compatibilidade a produtos concorrentes.
Nos EUA, maior mercado da companhia, a Apple tem atualmente mais de 50% da fatia do mercado de smartphones contra 41% em 2018, segundo a Counterpoint Research. A Samsung vem em seguida, com aproximadamente 26%.