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Apresentação de projeto de restauro marca os 46 anos do Museu Joaquim Felizardo, em Porto Alegre

Instituição funciona em casarão de quase 180 anos no bairro Cidade Baixa. (Foto: Arquivo/PMPA)

Uma das mais tradicionais instituições de cultura e preservação histórica da capital gaúcha, o Museu de Porto Alegre Joaquim Felizardo detalhará na noite da próxima quinta-feira (13) o projeto de restauração e revitalização de seu casarão, na rua João Alfredo nº 582 (bairro Cidade Baixa). A data foi escolhida em alusão ao aniversário de seus 46 anos de atividade.

O evento está marcado para as 18h30min, com entrada franca. Além do espaço em si (o Solar Lopo Gonçalves, construído entre 1845 e 1855), vinculado à Secretaria Municipal da Cultura, as atrações incluem a participação da Banda Municipal.

A elaboração do plano demandou quase um ano de trabalho, em sintonia com diretrizes museológicas e critérios adotados para patrimônios históricos no País. Em sua primeira fase, a revitalização prevê um diagnóstico das condições do imóvel e a elaboração dos projetos arquitetônicos e complementares – climatização, proteção contra intempéries, melhorias na acessibilidade e qualificação de aspectos luminotécnicos e expográficos.

De acordo com a diretora do museu, Elizabeth Corbetta, trata-se de “um sonho antigo”, que terá ampliadas a sua visibilidade e potencial de democratização do conhecimento em uma construção de quase 180 anos e que já é, por si só, um monumento. O acervo do museu abriga peças arqueológicas e outros itens, além de uma fototeca com imagens digitalizadas da cidade ao longo do tempo.

A viabilização da iniciativa contou com financiamento da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet), planejamento e gestão de empresa Cida Cultural. Já o patrocínio é da CMPC Celulose, com apoio da Associação dos Amigos do Museu de Porto Alegre (Amupoa) e realização do Museu de Porto Alegre Joaquim Felizardo, prefeitura e Ministério da Cultura.

Impacto da enchente

O Museu Felizardo teve seu andar térreo inundado por quase 1 metro de água durante a enchente em maio do ano passado. A área externa foi reaberta para visitação no final de janeiro. Pesquisadores e interessados em visitas técnicas têm sido atendidos normalmente (preferencialmente de forma online)

Em fevereiro, a instituição recebeu de professores e alunos do Curso de Museologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) um estudo sobre ações emergenciais. Sem custos ao município, a parceria contribuirá para a elaboração de protocolos de ação antes, durante e após situações de crise como a tragédia climática de 2024.

O levantamento detalha uma série de decisões rápidas que podem ser tomadas pelos responsáveis para preservação do prédio e de seus acervos, bem como para redução de danos e reforço na segurança do público e dos trabalhadores do local – evacuação segura e salvaguarda de peças de valor inestimável, por exemplo.

Também avança na instituição o tratamento das peças do acervo atingidas pelo alagamento, estimadas em 24% do total. Foi montado um laboratório provisório no andar térreo do museu, sob coordenação das arqueólogas Marcela Dode e Susada Dode. “Por ser um trabalho minucioso e delicado, deverá se prolongar durante o ano”, ressalta Beth Corbetta.

A diretora prossegue: “Ainda não há uma data certa para reabertura do museu à visitação pública, mas nossa expectativa é que, antes de completar um ano da trágica inundação de maio de 2024, já possamos ter exposições.

(Marcello Campos)

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