A apresentadora Ana Hickmann prestou depoimento em Belo Horizonte (MG), nessa sexta-feira, no processo em que o seu cunhado Gustavo Corrêa é acusado de homicídio. O incidente ocorreu no dia 21 de maio do ano passado, em um hotel no bairro Belvedere, na capital mineira, quando Rodrigo Augusto de Pádua, um suposto fã, invadiu o quarto onde Ana estava e atirou contra Giovana Oliveira, assessora de Ana e mulher de Gustavo – que tomou a arma e matou o agressor.
A apresentadora foi a primeira a ser ouvida. Na sequência, a juíza Ámalin Sant’ana ouviu os testemunhos da mulher e da mãe de Gustavo. O cabeleireiro da apresentadora foi a quarta testemunha. Os depoimentos de dois peritos, um da Polícia Civil e outro contratado pela defesa, também estavam previstos mas foram adiados.
“A gente sabe bem o que aconteceu. Eu, Gustavo e Giovana somos as três vítimas da história e o que está acontecendo hoje aqui, na minha opinião, como cidadã, eu vejo como uma tremenda injustiça, mas, ao mesmo tempo, como pessoa de bem, acredito na Justiça e tudo vai acabar logo”, declarou Ana quando chegou ao Fórum.
Perguntada sobre o estado emocional do cunhado, Ana disse que ele estava abalado. “Como todos nós, ele está triste e indignado, mas também confiante”, respondeu. O advogado Fernando José da Costa, que acompanhava a apresentadora na entrada, criticou a denúncia do Ministério Público contra Gustavo por homícidio.
“O que é triste para toda a família e para a sociedade é que, na verdade, a vítima é a família de Ana Hickmann. E hoje, se encontra na figura de acusada de um processo criminal por homicídio. Na verdade, o criminoso aqui não é Gustavo. O criminoso aqui é um psicopata. Gustavo apenas defendeu a sua vida e a vida de sua família”, afirmou o advogado, que aposta na absolvição do réu.
“Esperamos que a Justiça volte a ser feita e que no final desta instrução a juíza absolva sumariamente Gustavo e encerre este dilema, este sofrimento. Porque para esta familia, vítima desta história, o processo por si só já é um pesar, já é uma condenação”, defendeu.
A juíza marcou para o dia 18 de dezembro uma outra audiência para ouvir um segurança do hotel, o irmão de Rodrigo Pádua e Gustavo. Em julho deste ano, a juíza confirmou a denúncia do Ministério Público contra Gustavo Correa, cunhado da apresentadora Ana Hickmann, por homicídio. A magistrada já havia aceitado a posição do órgão em julho do ano passado. A medida se opõe à decisão da Polícia Civil que pediu o arquivamento do processo pelo reconhecimento de legítima defesa.
Entenda o caso
Rodrigo, que era de Juiz de Fora, na Zona da Mata, estava hospedado no mesmo hotel que Ana Hickmann. Segundo o boletim de ocorrência, ele rendeu Gustavo e o obrigou a ir até o quarto de Ana, onde também estava a mulher dele, Giovana, que é assessora da apresentadora.
Grossi contou à época do crime que Ana Hickmann desmaiou depois que Giovana, já baleada, caiu de costas sobre o seu braço. As duas foram socorridas pelo cabeleireiro que atenderia a modelo no sábado, Júlio Figueiredo. O cabeleireiro chegou a gravar, no telefone, trechos da conversa de Rodrigo com a equipe de Ana Hickmann rendida dentro do quarto.
As duas mulheres deixaram o quarto no momento em que Gustavo começou a lutar com Rodrigo. Na luta, Rodrigo foi morto com três tiros. Giovana contou, em depoimento, que o “fã” falou em “roleta russa”. Após ser baleada, Giovana ficou internada em um hospital de Belo Horizonte até o dia 25 de maio, quando foi transferida para São Paulo. Giovana ficou internada no Hospital Sírio Libanês até o dia 2 de junho, quando teve alta.
No perfil que Rodrigo mantinha na rede social Instagram, todos os posts eram relacionados à apresentadora, que o fã dizia amar. O delegado de Homicídios Flávio Grossi disse que a família de Rodrigo Augusto de Pádua sabia do fascínio do jovem pela modelo.