Domingo, 27 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 14 de setembro de 2015
O ex-diretor Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, preso em Curitiba (PR), negocia acordo de delação premiada em que poderá apresentar provas de que, para aprovar a compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), houve pagamento de propinas de 15 milhões de dólares a funcionários da estatal e políticos do PT e do PMDB.
Segundo reportagem da revista Época, dirigentes da companhia petrolífera negociaram com a Odebrecht repasse de 4 milhões de reais para a campanha de reeleição do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006, em troca de modernização da planta de refino.
A Odebrecht chegou a negociar com a Petrobras as obras de adequação de Pasadena, cuja estrutura era obsoleta e incapaz de refinar o óleo extraído dos campos brasileiros. Contudo, o contrato não chegou a ser fechado. A empreiteira obteve um pacote de 840 milhões de dólares para serviços em várias refinarias, inclusive norte-americanas. O valor foi reduzido em 43% após a estatal, na gestão de Graça Foster, detectar irregularidades. Além de Cerveró, o pagamento da propina teria sido discutido pelos ex-diretores Paulo Roberto Costa (Abastecimento) e Renato Duque (Serviços).
Já condenado a 17 anos de cadeia pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, Cerveró está preso preventivamente há dez meses em Curitiba, onde tramitam os processos de primeira instância da Operação Lava-Jato. A defesa dele negou que o ex-diretor tenha dado início a qualquer processo de negociação de delação premiada.
A Odebrecht disse que suas doações foram legais e confirmou ter sido convidada para as obras em Pasadena, mas o processo não foi adiante. (Folhapress)