Ícone do site Jornal O Sul

Árbitros brasileiros do Mundial colecionam polêmicas na temporada

Raphael Claus é considerado o principal árbitro brasileiro pela CBF. (Foto: Reprodução)

Raphael Claus e Wilton Pereira Sampaio foram os árbitros escolhidos pela Conmebol para compor a equipe de arbitragem na Copa do Mundo do Catar. Além dos dois, outros cinco auxiliares representarão o País no Mundial deste ano: Bruno Boschilia, Rodrigo Figueiredo, Bruno Pires, Danilo Simon e Neuza Back, a primeira mulher. Nenhum VAR brasileiro foi chamado. Nas duas últimas Copas, o representante brasileiro da arbitragem foi Sandro Meira Ricci. Claus e Sampaio apitaram jogos importantes neste ano, mas colecionaram algumas polêmicas.

Os dois árbitros brasileiros estiveram na Copa América do ano passado e atuaram nas oitavas de final da Copa Libertadores deste ano nos jogos de ida de Vélez Sarsfield x River Plate e Talleres x Colón. Com os times brasileiros em peso no mata-mata da competição, os árbitros não apitaram outras partidas.

A dupla também esteve em campo em quatro partidas das Eliminatórias sul-americanas neste ano. Claus apitou Equador 1×1 Argentina, além de Argentina 1×0 Colômbia. No duelo entre equatorianos e argentinos, contou com ajuda do VAR para marcar um pênalti de Tagliafico, que usou a mão para impedir um chute a gol. Já Wilton apitou jogos de menor apelo, como Venezuela 0x1 Colômbia e Peru 1×1 Equador.

Raphael Claus

Raphael Claus é considerado o principal árbitro brasileiro pela CBF. Eleito melhor árbitro do Paulistão, ele atuou em 46 jogos em 2022. Claus apitou a finalíssima do Estadual entre Palmeiras e São Paulo e recebeu críticas de jogadores tricolores por confirmar o segundo gol alviverde após um pisão do volante Danilo no atacante Calleri no início da jogada.

Em abril, ele marcou penalidade polêmica em Marcelo Cirino no duelo entre Athletico-PR e Flamengo, na Arena da Baixada, pelo Brasileirão. Em julho, foram duas atuações criticadas. O árbitro paulista viu falta no goleiro Santos e anulou o gol do Avaí na derrota para o Flamengo na Ressacada. Já no duelo entre Botafogo e Atlético-MG, no estádio Nilton Santos, deixou de marcar um pênalti em Ademir no fim do jogo, o que revoltou a diretoria do clube mineiro.

Wilton Pereira Sampaio

Aos 40 anos, ele é um dos árbitros mais experientes do futebol brasileiro, mas já foi criticado por “picotar” os jogos, marcando muitas faltas e atrapalhando o dinamismo das partidas. Wilton Pereira Sampaio recebeu várias críticas neste ano. Ele apitou 43 jogos do futebol sul-americano, incluindo a finalíssima da Copa do Brasil entre Flamengo e Corinthians, no Maracanã. O árbitro também esteve em jogos importantes, como o duelo entre o rubro-negro carioca e o Palmeiras, no Rio, pelo Brasileirão.

Em abril, foi criticado pelo presidente do Internacional, Alexandre Barcellos, ao ser escalado para apitar o jogo contra o Avaí. O árbitro goiano ficou marcado negativamente pela torcida colorada por sua atuação no duelo entre Inter e Corinthians no Brasileirão de 2020 em que tomou decisões consideradas polêmicas, incluindo a anulação de um gol no último minuto de jogo.

Já em maio deste ano, foi alvo de críticas do técnico do Palmeiras, Abel Ferreira, que não gostou de sua atuação na partida contra o Atlético-MG.

No clássico entre Corinthians e São Paulo, também em maio, não viu pênalti de Renato Augusto quando a bola bateu na sua mão dentro da área. Os jogadores do time tricolor reclamaram com o árbitro do lance.

Mudanças na arbitragem

A arbitragem do futebol brasileiro teve que lidar com correções de rota. Em abril, a Comissão de Arbitragem passou a ter um novo presidente. Wilson Seneme assumiu a vaga, após deixar a mesma função na Conmebol, onde esteve por seis anos. Seneme chegou à CBF para preencher oficialmente a lacuna deixada após a saída de Leonardo Gaciba, demitido do cargo em novembro do ano passado, após uma série de episódios polêmicos envolvendo árbitros na reta final do Brasileirão. Ainda em abril, foram oficializados os desligamentos de dez funcionários, que tinham cargos de comando na arbitragem brasileira.

Entre junho e julho, o tom das cobranças de jogadores, técnicos e dirigentes subiu e sete árbitros foram afastados pela CBF. Árbitros de todo o Brasil passaram por uma intertemporada no Rio em agosto. Seneme também informou à época que foram criados 840 perfis em plataforma de vídeo e estatísticas para que os árbitros assistam aos lances dos jogos em que atuam, para análises de lances e orientações de instrutores. Mas a arbitragem brasileira continuou colecionando erros graves no segundo semestre. Jogadores, técnicos e presidentes voltaram a criticar árbitros e enviar ofícios à CBF cobrando mudanças.

Sair da versão mobile