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Argentina: inflação sobe mais que o esperado em agosto e chega a 236,7% em 12 meses

Segundo vendedora, não há dinheiro, as pessoas não compram nada que não seja indispensável. (Foto: IBGE/Divulgação)

Na Argentina, os preços ao consumidor subiram mais do que os economistas esperavam em agosto. A inflação aumentou 4,2% em relação ao mês anterior, contra estimativas que variavam de 3,8% a 4%. Em julho, o índice de preços havia subido 4%.

As informações foram divulgadas pelo Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec) nessa quarta-feira (11). Em relação ao ano anterior, a inflação na Argentina subiu 236,7%. No acumulado em 12 meses até julho, o percentual era de 263,4%.

O aumento dos preços foi liderado pelo setor de Habitação (7%), cuja alta foi puxada pelo aumento nos custos dos alugueis e tarifas de serviços públicos. Em seguida, vieram os setores de Educação (+6,6%), Transporte (+5,1%) e Comunicação (+4,9%).

Baixa no consumo

A inflação na Argentina é considerada uma das mais altas do mundo, mas tem apresentado tendência de queda desde a posse do presidente ultraliberal Javier Milei, que tem adotado duras medidas de corte de gastos, além do congelamento de fundos para educação e saúde e cortes em pensões e benefícios sociais.

A inflação no país chegou a atingir seu nível mais baixo em julho desde o início de 2022 depois que o presidente pisou no freio em relação ao choque econômico ao adiar aumentos nas tarifas de utilidades. Mas agora estes itens vem pesando no orçamento do povo argentino.

Inflação 

O país enfrenta uma queda no consumo, apesar das agressivas reduções de preços e promoções de compras a crédito pelo varejo. A economia encolheu 5,1% no primeiro trimestre de 2024 em relação ao mesmo período do ano anterior, após já ter caído 1,9% no quarto trimestre de 2023.

“Não há dinheiro, as pessoas não compram nada que não seja indispensável”, comentou Mariana Noriega, vendedora de uma perfumaria tradicional no centro de Buenos Aires, um setor onde as vendas caíram 29,3% em agosto em relação ao ano anterior, seguido por farmácias (-17,4%).

Enquanto as famílias têm menos espaço para consumo, os gastos com despesas básicas pressionam o consumidor final e o comércio.

“A queda nas vendas é perceptível, enquanto as tarifas elétricas continuam subindo. No meu comércio (um armazém em Villa Sarmiento), de 94 mil pesos em julho (cerca de 96 dólares), passei a pagar 240 mil em agosto (245 dólares). Com poucas vendas, fica mais difícil”, argumentou Fernando Savore, vice-presidente da Federação de Armazéns de Buenos Aires e comerciante. As informações são do jornal O Globo.

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