Argentinos voltaram às ruas nesta quinta-feira (28) para protestar contra a crise sócio-econômica no país. Concentrações em diferentes pontos da capital Buenos Aires foram convocadas por organizações sociais, exigindo um auxílio universal do governo, aumento de salários de funcionários públicos e de empresas privadas e das aposentadorias, além de 13° salário para beneficiários de programas sociais.
O “salário básico universal” reivindicado pelos manifestantes seria o necessário para cobrir a cesta básica. Desta forma, pretendem evitar que 7 milhões de pessoas fiquem na linha de extrema pobreza.
Parte dos protestos se concentram no Obelisco, emblema da capital argentina, onde é realizada realiza uma assembleia para definir novos atos e convocar uma nova manifestação para o dia 7 de agosto, exigindo “pão e trabalho”.
Outros pontos do centro de Buenos Aires também registram protestos com as mesmas demandas, mas que também denunciam o que chamam de “criminalização” das organizações por investigações sobre o destino de recursos para programas sociais.
A Argentina acumula 64% de inflação nos últimos 12 meses, e a previsão é que o índice possa superar 90% no fim deste ano. No último mês, os preços dispararam com a instabilidade no mercado financeiro após renúncia inesperada do então ministro da Economia do país, Martín Guzmán, por meio de uma carta publicada em uma rede social.
A atual ministra da Economia, Silvina Batakis, de extrema-esquerda, retornou dos Estados Unidos, onde se reuniu com representantes do FMI (Fundo Monetário Internacional), do Tesouro americano e do Banco Mundial.
Apesar de estar há menos de um mês no cargo, ela poderia ser substituída pelo atual presidente da Câmara de Deputados, Sergio Massa, nos próximos dias. A possibilidade, não confirmada oficialmente, foi publicada pelo jornal “Clarín”. Já a C5N, canal próximo ao governo, fala em uma reformulação iminente do gabinete de Fernández.
Na noite de ontem, após repercussão dos rumores da saída da ministra pela imprensa local, Massa afirmou que não recebeu nenhuma proposta e que conversará com o presidente sobre a agenda de trabalho entre sexta-feira (29) e sábado (30).