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Arrecadação federal começa a sentir efeito do coronavírus e cai 3,3% em março

Além de colocar fim à cobrança em duplicidade, preservando os cofres públicos, a medida evitou o cancelamento dos parcelamentos em vigor. (Foto: Marcos Santos/USP Imagens)

Os primeiros efeitos da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus começam a aparecer nos dados oficiais do governo. A arrecadação federal de março, quando foram iniciadas as medidas que restringem atividades, caiu 3,3%, já descontada a inflação.

No mês, a receita total do governo com tributos ficou em R$ 109,7 bilhões. O resultado é o menor para o período em dez anos. ​ Em janeiro, a arrecadação havia registrado alta de 4,7% acima da inflação, melhor dado para o mês da série histórica da Receita.

O crescimento foi interrompido em fevereiro, quando houve recuo real de 2,7% em relação ao mês equivalente de 2019. O governo argumenta, porém, que o resultado daquele mês foi bom, apenas apresentando um recuo percentual porque fevereiro do ano passado havia registrado a maior arrecadação para o mês da história, distorcendo a base de comparação.

Em fevereiro, as contas do governo ainda não sentiam o impacto da crise. As primeiras medidas de restrição de circulação de pessoas e fechamento de comércio nos estados vieram em março.

No mês passado, a Receita já identificou recuo em indicadores econômicos, o que afeta a arrecadação. A produção industrial medida pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) caiu 0,51%, enquanto as vendas de serviços recuaram 0,70%.

Ainda assim, o fisco afirma que o impacto nos dados ainda é parcial. Isso porque a arrecadação de tributos no período se refere a fatos geradores de março, com medidas restritivas intensificadas apenas na segunda quinzena, e também de fevereiro, ainda sem efeito da crise.​

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