Porto Alegre conta com mais de 20 feiras e briques mantidos pela prefeitura no segmento de artes plásticas, antiguidades e artesanato. Distribuídos por vários bairros, esses eventos estimulam o empreendedorismo e funcionam como “vitrine” de talentos – além, é claro, de garantirem o ganha-pão a inúmeros profissionais.
Um dos protagonistas desse cenário é a loja Rota das Artes, recentemente inaugurada na área externa do Shopping Total, localizada no bairro Floresta. O estabelecimento expõe diversos trabalhos, como peças decorativas em gesso, bolsas em palha, capas para cadeiras, almofadas, velas decorativas e crochê.
A sócia Claudia Vaz, artesã há mais de dez anos, ressalta a importância da atividade e também o conhecimento exigido para esse tipo de trabalho: “Acredito que o artesanato vai além, trazendo o sustento para muitas famílias. Já deixou de ser uma fonte de renda extra”.
Ela começou expondo seus produtos na Feira de Artesanato do Brique de Sábado na Redenção, bem como na Feira do Feriado e na Feira de Natal. Mas o desejo de empreender foi além das bancas. Com a parceria dos amigos e colegas de atividade Gilberto D’Ávila e Michel Forrer, Claudia decidiu abrir uma loja no centro de compras.
Para divulgar o funcionamento das feiras da cidade e o potencial criativo dos expositores, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo (SMDET) desenvolveu um painel que apresenta os locais, os dias e os horários de funcionamento de cada uma delas. O acesso é feito por meio de link disponível no site prefeitura.poa.br.
Inovação
Porto Alegre foi a cidade responsável por colocar o Rio Grande do Sul no primeiro lugar do ranking dos Estados com maior número de empreendimentos inovadores. O dado consta em pesquisa produzida pelo Centro de Liderança Pública (CLP), com base na quantidade de aceleradoras, incubadoras, parques tecnológicos e científicos para cada milhão de habitantes.
No estudo, a capital gaúcha figura entre as cidades que mais concentram trabalhadores no setor da economia criativa, o que corresponde a 4,31% do total de empregos gerados na cidade. O valor é maior do que a média do Estado, que é de 1,96%, fato que reforça a liderança na criação de vagas.
“A diversidade e a presença desses empregos demonstram a vitalidade da economia da cidade e a capacidade de adaptar-se às demandas do mercado contemporâneo”, avalia o secretário em exercício da pasta municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo (SMDet), Douglas Martello.
Porto Alegre absorve investimentos de R$ 90,5 milhões para pesquisa e desenvolvimento científico no setor. Esse montante representa 20% do total de recursos do Rio Grande do Sul.
Também se destaca em diversos aspectos que contribuem para o protagonismo e o fomento no campo da inovação. A prefeitura implementou três iniciativas que oferecem incentivos fiscais aos setores da economia criativa, que são os programas “Criative”, “+4D” e “Centro+”.
A média de remuneração mensal do segmento é de R$ 4.298, valor 95,4% acima da média salarial do município, aspecto que o Executivo municipal considera como um indicador de melhoria gradual no padrão de vida dos trabalhadores.
Conforme o economista Rodrigo de Assis, da SMDet, esse crescimento pode ser considerado um reflexo da dinâmica econômica e do compromisso contínuo com a valorização do trabalho e da força laboral na cidade: “Porto Alegre tem uma das cadeias econômicas mais diversificadas do Rio Grande do Sul, gerando mais emprego em mais setores”.
(Marcello Campos)