Segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 20 de julho de 2015
As flores estão prestes a perder suas melhores amigas. Abelhas do gênero Bombus, presentes no mundo inteiro, estão sofrendo com o aquecimento global, apontam pesquisadores em artigo publicado na revista científica Science.
Uma solução para a sobrevivência dos insetos seria a migração para mais perto dos polos, onde a temperatura é mais amena e adequada à sobrevivência dos animais. As exímias polinizadoras, no entanto, não têm obtido grande sucesso em colonizar novas regiões.
Para concluir isso, cientistas reuniram informações de mais de 423 mil observações, feitas desde 1901, de 67 espécies diferentes de abelhas.
O fato de os cientistas terem em mãos uma longa documentação mostrando em quais locais cada espécie apareceu ao longo dos anos fez com que as conclusões tenham sido precisas, na opinião de Paul Galpern, que participou do estudo.
A partir daí, a análise realizada foi essencialmente estatística, comparando diferentes fatores e identificando quais estariam relacionados ao sumiço das abelhas. Apesar de a ação humana também ser capaz de prejudicar os insetos (usando defensivos agrícolas, por exemplo), os pesquisadores afirmam que o declínio entre as abelhas, em várias regiões, não tem relação cronológica com o uso da terra para cultivo.
“É a mudança climática global que contribui consistentemente para a redução cumulativa da área ocupada pelas abelhas”, concluem os autores do trabalho.
“Existe uma razão prática para se preocupar: com menos polinização, as colheitas são afetadas, deixando alimentos mais caros e mais difíceis de cultivar”, diz a pesquisadora Alana Pindar, que também participou do estudo sobre os insetos.
Para o líder da pesquisa, Jeremy Kerr, da Universidade de Ottawa (Canadá), além de combater a mudança climática, outra possibilidade para aliviar o quadro seria, sabendo que as abelhas estão tendo dificuldades, promover artificialmente a reprodução e a inserção dos bichos pelos locais desejados. (Folhapress)