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Mundo As alianças e rivalidades que unem e dividem o Oriente Médio

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Em Teerã, iranianos comemoraram o ataque a Israel. (Foto: Reuters/BBC)

Após o lançamento do primeiro ataque direto do Irã contra Israel no fim de semana, um míssil israelense atingiu o território iraniano na sexta-feira (19), segundo duas autoridades norte-americanas ouvidas pela rede de televisão CBS News.

Diante do nível elevado de tensões, líderes mundiais se manifestaram pedindo contenção. Há temores de que uma escalada entre os dois países arraste seus respectivos parceiros regionais para um conflito expandido.

Mas afinal, quais são as principais alianças e rivalidades que unem e dividem o Oriente Médio atualmente? E quais os fatores que influenciam nesse complexo xadrez geopolítico?

A rivalidade entre Israel e Irã já dura muitos anos e é uma das principais fontes de instabilidade na região. Israel acusa o Irã de financiar grupos que têm os israelenses como alvo e de realizar ataques contra seus interesses. Justamente por isso, sempre foi uma obsessão para os israelenses minar o programa nuclear iraniano.

A rivalidade entre os dois países já fez um grande número de mortos, muitas vezes em ações secretas em que nenhum dos governos admite sua responsabilidade. E a guerra em Gaza só fez as coisas piorarem.

Desde o começo, analistas e governos do mundo todo demonstravam preocupação com a possibilidade de que o conflito pudesse provocar uma reação em cadeia na região, e um confronto aberto e direto entre iranianos e israelenses.

Por um bom tempo, pareceu que tanto o Irã quanto Israel estavam tentando evitar uma escalada de hostilidade. Mas o ataque à sede diplomática do Irã na Síria no início do mês bateu forte em Teerã. Várias pessoas morreram, incluindo alguns altos comandantes iranianos.

O Irã atribuiu esse ataque a Israel – o que nunca foi confirmado pelo governo israelense. Nos últimos anos, Israel atacou bases iranianas e as suas forças aliadas muitas vezes, mas o Irã nunca havia respondido antes.

Eixo da resistência

Segundo especialistas, os principais aliados do Irã na região são atualmente atores não-estatais. Essa rede de influência por meio da associação com grupos em diversos países ficou conhecida como “eixo de resistência”. Essa influência ocorre no contexto de conflitos como os da Síria e Iêmen, e na luta contra o Estado Islâmico no Iraque.

O eixo, marcadamente antiamericano e anti-Israel, é composto principalmente por Irã, Síria, grupo Hezbollah no Líbano, milícias xiitas no Iraque, Afeganistão e Paquistão, grupos militantes nos territórios palestino e os Hutis (grupo rebelde do Iêmen).

Embora o denominador comum destes grupos seja o fato de serem xiitas, tal como a maioria da população do Irã, o eixo também inclui um grupo sunita: o Hamas.

“É uma questão de alinhamento de interesses para esses atores, majoritariamente não-estatais, cuja razão de ser é a resistência, seja a Israel ou aos regimes locais. Muitas vezes a resistência de um incorpora a resistência do outro”, explica Elizabeth Monier, da Universidade de Cambridge.

Fora do que é conhecido como ‘eixo da resistência’, no Iraque o Irã tem se envolvido de forma mais profunda na política local desde a queda do regime de Saddam Hussein em 2003. Muitos partidos políticos iraquianos têm ligações com o regime iraniano, que financia e treina grupos paramilitares alinhados com estes partidos.

Israel e seus aliados

Os principais aliados de Israel estão fora do Oriente Médio, segundo Yaniv Voller, da Universidade de Kent. Além dos Estados Unidos, o especialista cita França, Reino Unido e outros países da Europa.

“Israel também tem importantes aliados na região, mas enquanto alguns demonstram apoio de forma mais aberta, outros agem mais nos bastidores”, diz Voller.

Elizabeth Monier, da Universidade de Cambridge, prefere classificar esses laços mais como uma “cooperação” em diferentes níveis do que como alianças. Caso do Egito e Jordânia, que assinaram acordos de paz com o governo israelense em 1979 e 1994, respectivamente.

“Entre todos os países da região que possam eventualmente aderir a um hipotético conflito, o Egito certamente não é o primeiro da fila”, diz Yaniv Voller. “O país tem seus próprios problemas. O regime [do presidente Abdul Fatah] Al-Sisi está constantemente preocupoado em tentar melhorar a situação econômica e lidar com a pressões que sofrem em outras partes do seu território.”

Os países do Golfo

Israel também assinou mais recentemente tratados de paz com os Emirados Árabes Unidos e Bahrein. Antes do conflito em Gaza, também havia rumores de que a Arábia Saudita estava prestes a estabelecer relações diplomáticas com Israel, em uma aproximação patrocinada pelo governo americano.

No contexto atual, porém, especialistas afirmam que esse movimento está totalmente paralisado.

Também entre os países do Golfo, o Catar desempenha atualmente um papel singular como mediador entre Israel e o Hamas diante do conflito em Gaza e mantém relações próximas com o Irã.

Para Yaniv Voller, o país é um dos poucos na região que também teria condições de atuar como mediador entre Israel e Irã. O especialista também cita a Turquia como uma segunda alternativa.

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https://www.osul.com.br/as-aliancas-e-rivalidades-que-unem-e-dividem-o-oriente-medio/ As alianças e rivalidades que unem e dividem o Oriente Médio 2024-04-20
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