O vice-presidente do PT e também prefeito de Maricá (RJ), Washington Quaquá, afirmou em entrevista ao programa Ponto de Vista, do portal da revista Veja, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está cercado de “bajuladores” que não trazem caminhos que ajudem a melhorar a popularidade do governo federal.
“O problema agora é que ninguém aponta caminho, o governo não tem núcleo político. O núcleo que cerca o presidente é um núcleo fraco e que tem muito bajulador”, disse.
Para as eleições de 2026, Quaquá aposta que o presidente Lula é o único candidato com chances de vitória, mas que a pauta e o governo precisam ser ajustados. O principal problema, segundo ele, será daqui a 3 anos quando o petista não estiver mais na disputa. “O PT precisa se rediscutir, se reinventar e se preparar para o pós-Lula. É preciso que o PT se renove para aprender a viver sem seu grande líder que é o Lula.”
O vice-presidente da sigla acredita que o partido hoje se perdeu e está muito
focado no discurso e longe da sua essência que é a transformação social. “O PT
precisa voltar a ser de esquerda porque hoje ele virou uma ONG que discute
pautas de comportamento. Isso pra mim não é ser de esquerda.”
Diálogo
Em declaração feita durante a comemoração pelos 45 do PT, o presidente Lula defendeu que o partido volte a dialogar com a periferia.
“O PT precisa avançar sem perder a sua essência. Precisamos voltar a conversar política dentro das fábricas, no local de trabalho, ir onde a classe trabalhadora está. É preciso dialogar com a periferia, percorrer o Brasil, dialogar com as igrejas, gastar sola de sapato na periferia”, afirmou.
“[É necessário] Ocupar de novo as ruas com nossas bandeiras, porque se a gente aparece de quatro em quatro anos para pedir voto, seremos iguais a qualquer partido político desse país”, prosseguiu Lula, que ainda defendeu que os integrantes do partido façam a leitura do manifesto do PT.
Lula defendeu que o partido retome práticas como organização em núcleos setoriais e comunitários, e o orçamento participativo que o levou a se tornar uma das maiores legendas do País.
“O PT era organizado por núcleos. Eram núcleos por bairros, núcleos por local de trabalho, núcleos por locais de estudo, e eu lembro que chegamos a ter 1.600 núcleos do partido organizados por várias categorias. Lamentavelmente, isso deixou de ser uma prática. Outra coisa que o PT fez história foi o orçamento participativo, que em muitos lugares também deixou de existir”, declarou. (Veja e Carta Capital)