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As empresas aéreas brasileiras estão saindo da crise que as obrigou a operar com 50 aviões a menos

Setor chegou a diminuir número de aeronaves. (Foto: Reprodução)

Companhias aéreas voltam este ano a aumentar o tamanho de suas frotas. Os planos encerram um ciclo negativo de dois anos. O encolhimento da demanda ao longo de 2016 levou o setor a diminuir a quantidade de aeronaves no País. Gol, Latam, Azul e Avianca vão receber juntas pelo menos 26 novos aviões este ano – alguns vão substituir modelos antigos; outras vão ampliar frota, que, no conjunto, deve chegar a 446 aviões este ano, ante 433 em 2017.

Esse movimento representa uma reação ante 2016, quando a frota brasileira encolheu em 50 unidades. Foi um ciclo de baixa, quando as companhias buscaram adequar a oferta de assentos à queda de tráfego, que recuou 5,7% naquele ano. Só após recuar por 19 meses seguidos, a demanda pela aviação no Brasil voltou a crescer, a partir de março de 2017.

No segmento internacional, as aéreas brasileiras cresceram ainda mais, com 12% de variação positiva no tráfego de 2017 sobre o de 2016, ante 3,5% de expansão anual no segmento doméstico. A Gol vai receber em 2018 seis novas aeronaves da Boeing, os 737-8Max.

Enquanto as aeronaves da empresa utilizadas hoje – o 737-700 e 737-800 – transportam de 138 a 177 passageiros e têm alcance de até 5,6 mil km, os novos 737-8Max levam até 186 clientes e voam por até 6,5 mil km.

Com aviões maiores e de maior autonomia, a Gol vai buscar mais destinos internacionais. Enquanto no doméstico, vai elevar a capacidade em assentos-quilômetros disponíveis (ASK, na sigla em Inglês) em até 3% este ano e de 1% a 3% em 2019; nas rotas internacionais a empresa quer elevar esse indicador de 7% a 10%, em 2018, e de 30% a 40%, em 2019.

A frota da Gol, que encerrou 2017 com 115 aeronaves, vai subir a 121 em 2018 e a 124 jatos em 2019. O plano de investimentos da companhia contempla R$ 45 bilhões em aquisições de aeronaves no longo prazo, dos quais R$ 1,12 bilhão até 2019.

A Azul, terceira maior aérea do País, planeja acelerar o crescimento em 2018 apoiada em novos jatos comprados da Airbus. A empresa vai receber oito A320neos e um A330neo em 2018, retirando de frota sete jatos E-195, da Embraer. Com isso, finaliza 2018 com 124 aeronaves operacionais – duas a mais que em 2017.

O presidente da Azul, John Rodgerson, disse que em 2018 a Azul vai elevar a capacidade em ASK de 17% a 20%, mais que a expansão de 10,6%, em 2017.

O segmento internacional vai crescer de 55% a 60% – com a entrada de mais frequências e rotas para destinos como os Estados Unidos e Portugal. Em 2017, a Azul aumentou o ASK nesse mercado em 40,8%.

A projeção da Azul para 2018 contempla a adição de oito a dez novos destinos, representando menos de 5% do crescimento da capacidade para este ano. O presidente da Azul apontou que a expansão da frota da Azul vai ganhar ritmo em 2019, quando a empresa planeja ter 131 aviões. Em 2020, a capacidade sobe para 146 aeronaves e, em 2021, para 160 unidades.

O plano de longo prazo da Azul contempla encomendas de 50 jatos Embraer, da família E2, 68 aviões Airbus A320 e cinco A330, entre pedidos firmes e opções, que ultrapassam US$ 8,5 bilhões a preços de tabela.

A Latam já recebeu este ano dois jatos Airbus A350, de dois corredores, que estavam com a Qatar – a sócia minoritária. Esses jatos deveriam ter vindo para o Brasil em 2017, mas a demanda fraca levou o grupo a repassar as aeronaves para o parceiro árabe. A Latam receberá ainda mais duas novas unidades A350, que serão entregues pela fabricante francesa, além de outros modelos A320neo, todos substituindo modelos mais antigos e menores. A companhia vai fechar o ano com frota de 144 jatos.

A Latam está retomando a abertura de novas rotas no País fora de seus dois principais hubs (centros de distribuição de voos) no País – Guarulhos (SP) e Brasília (DF) – para atender o crescimento de demanda. O grupo Latam projeta elevar a capacidade no Brasil de 2% e 4% este ano ante 2017.

A quarta aérea brasileira, a Avianca Brasil, também está recebendo novos aviões este ano, para ampliar e diversificar a malha doméstica e internacional. Neste semestre, recebe mais dois Airbus A320neo, elevando a dez a quantidade dessas aeronaves que a empresa tem em sua frota, formada hoje por 55 unidades. “Os A320neo são mais eficientes [em consumo de combustível], então usaremos esses aviões nas rotas mais longas”, disse o presidente da Avianca Brasil, Frederico Pedreira.

No mercado doméstico, a Avianca vai atender dois novos destinos, elevando a 25 as cidades atendidas no País – Vitória (ES) e Belém. Na malha internacional, onde começou a operar apenas ano passado, a Avianca está ampliando voos. A partir de junho próximo, a aérea terá um terceiro voo diário ligando São Paulo a Santiago. E a partir de dezembro, a empresa vai dobrar a oferta de voos para Miami, passando a ter 14 frequências semanais.

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