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Brasil As enchentes no RS destacam a importância de as estratégias de investimentos em energia levarem em conta as mudanças climáticas

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. (Foto: Maurício Tonetto/Secom-RS)

Para o especialista regional em financiamento para energias renováveis para América Latina e Caribe do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), Carlos Salgado, as enchentes no Rio Grande do Sul destacam a importância de as estratégias de investimentos em energia levarem em conta os impactos regionais das mudanças climáticas.

“Temos estratégias de investimentos em energia, mas muitas vezes isso não considera essas variáveis de impacto climático”, diz. “Se a gente faz uma análise, para o RS ou qualquer outra região do Brasil, de que haverá aumento de temperatura ou menos água, a estratégia precisa levar isso em conta para pensar qual a melhor tecnologia a ser adotada. De repente, seria melhor focar mais em energia solar ou eólica e não investir mais em hidrelétrica.”

Ele afirma que “os desastres climáticos estão cada vez mais comuns, com secas, inundações, altas temperaturas”. Portanto, é necessário pensar em “estratégias de adaptação a mudanças climáticas para que haja respostas mais rápidas a esse tipo de crise”.

“A gente pode tentar mitigar o impacto”, diz Salgado, que é brasileiro e participa no começo de junho da Conferência Internacional de Tecnologias das Energias Renováveis (Citer), em Teresina. O evento será realizado pelo governo do Piauí com apoio do Pnud.

Para acelerar o uso de energias renováveis, o braço da ONU atua em áreas como assistência técnica, mitigação de riscos e mobilização de recursos, geralmente em parceria com instituições como Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) e bancos nacionais de fomento.

De acordo com Salgado, o Brasil já exerce “clara liderança” global para impulsionar esse tipo de financiamento. Mas tem uma “oportunidade” ainda maior por exercer até o fim deste ano a presidência do G20 e receber no ano que vem a próxima edição da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30).

Relações diplomáticas

Há ainda a realocação, por investidores americanos e europeus, de recursos investidos na China para países próximos geograficamente, com boas relações diplomáticas e matriz energética limpa – situação em que o Brasil se encaixa de maneira “perfeita”, principalmente no caso do Nordeste.

Entre os motivos para a liderança já exercida até aqui, estão um “governo central com muita capacidade” de articulação de políticas públicas em âmbito nacional e um “mercado de capitais muito sofisticado”.

A atuação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) é um dos exemplos bem-sucedidos da área, tanto na concessão de garantias para o financiamento quanto na estruturação de parcerias público privadas (PPPs) e concessões para o uso sustentável de parques e florestas. O modelo das garantias, inclusive, já está sendo implantado com ajuda do Pnud em outros países da região e “pode ser escalado para um patamar global”.

Outro exemplo é o Laboratório de Inovação Financeira (Lab), criado em 2017 por Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e BID, entre outros, para desenvolver “o ecossistema das finanças sustentáveis” e consequentemente acelerar a transformação para uma economia “de baixo carbono”.

Ainda assim, permanece o desafio de trazer “investimentos para a energia verde” para América Latina e Caribe como um todo.

“Esses investimentos estão crescendo rapidamente, mas têm se concentrado em países desenvolvidos e na China”, diz o especialista do Pnud.

As barreiras, financeiras ou não, são muitas, como: altos custos iniciais (implantação de ônibus elétrico é um desses casos); riscos cambiais; limitações fiscais do setor público; dificuldade de acesso aos recursos por empresas menores; empecilhos regulatórios e setoriais.

Mas, de acordo com Salgado, podem ser superadas com mecanismos como instrumentos financeiros mais modernos; combinação de investimentos públicos, privados, nacionais e internacionais; pipelines de projetos; e “regulações claras”. As informações são do Valor Econômico.

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