Quarta-feira, 08 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 7 de janeiro de 2025
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Essa discussão sobre não falar em ditadura tem muito de mistificação, quero dizer está se abusando da credulidade popular e constitui uma vanidade argumental (quero dizer um discurso vão, não verdadeiro, não sério, uma estultice).
No tema que quero propor é a vagueza e a falsidade do debate político. Assim, os prosélitos da direita vociferam: “cadê a picanha do Lula”? “ Os preços sobem diariamente, principalmente os produtos de primeira necessidade: carne, arroz, frutas e legumes” . A esquerda retruca : “filhotes da ditadura, estamos criando mais emprego, há mais liberdade etc.”
Os debatedores são incoerentes tanto os da direita como os da esquerda. Os da direita deveriam estar satisfeitos, porque o governo Lula não mexeu na formação dos preços no mercado consumidor, como prometem seus asseclas, pois, se o fizesse , arruinaria a mecânica capitalista, que tanta elogiamos, uma vez que criaria o mercado negro e o desabastecimento dos produtos de primeira necessidade.
Quanto às esquerda chamar os adversários de filhotes da ditadura, a incoerência está em que a maioria dos esquerdistas defendem a ditadura do proletariado e não se constrangem em defender o ditadores como Maduro da Venezuela, Comandante Ortega da Nicarágua. Em relação ao fato de criar mais emprego, estes são oferecidos pelos agentes privados (empresas, fabricantes, prestadores de serviço, etc. e não pelo Estado, como alardeia Lula. Tudo é uma falácia, uma mentira.
E pensemos bem: O Estado em si, como instituição , é uma ditadura de uma ideia majoritária de um determinado grupo que alcança o poder político, em certo momento histórico qualquer. Esse grupo no poder impõe, através de leis, regras de como viver à população assujeitada. Disse bem o filósofo Jean Jacques Rousseau (1712-1778): “o homem nasceu livre, mas em toda a parte está acorrentado”.
Logo, falar em ditatura em relação ao Estado é um pleonasmo, como dizer subir para cima”.
Nesse passo, estranha e demagógica é a nota do PDT deblaterando contra o discurso do prefeito Mello que disse “defender a ditadura é uma consequência da livre expressão, assegurada pela Constituição. Logo, o PDT reclamando da exaltação à ditadura, quando o criador do Trabalhismo no Brasil foi Getúlio Vargas, o ditador de 1930 a 1934(Governo Provisório) e 1937-1945, quando criou o Estado Novo ou o Brizola que elogiava Fidel Castro na década de 1960!
Portanto, é um debate cheio de vanidades, produto da ilusão derivada de ideologias enganadora, pois a ideologia, como sentenciou o filósofo Hegel 1776.1831) é processo de ilusão coletiva que envolve ilusores e iludidos, o schein,
Que tenhamos um exitoso 2025, sem muita ilusão.
José Hermilio Ribeiro Serpa, Procurador do Estado aposentado, professor de Teoria Política e autor de obras sobre o tema
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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