Quarta-feira, 29 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 6 de março de 2023
Articulações em andamento para as eleições municipais de 2024 apontam a resiliência da polarização entre o presidente Lula (PT) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A estratégia nacionalizada, que já vem à tona em cidades como Porto Alegre, Rio e São Paulo, concorre com o peso de caciques locais e com a preferência por temas municipais, dois fatores que pautaram as campanhas vencedoras nos maiores colégios eleitorais do país em 2020.
Em Porto Alegre, lideranças de PT, PCdoB e PSOL apostam em nacionalizar a campanha contra o atual prefeito, Sebastião Melo (MDB), eleito em 2020 com acenos ao bolsonarismo e que desde então vem se aproximando ainda mais de aliados do ex-presidente, como o ex-ministro Onyx Lorenzoni (PL).
No fim de janeiro, lideranças do PT e do PSOL se reuniram para discutir uma chapa conjunta contra Melo. A ex-deputada Manuela D’Ávila (PCdoB), que disputou o segundo turno contra Melo na capital gaúcha, defendeu que a estratégia da esquerda deve ser similar à da corrida presidencial, de tentar isolar o bolsonarismo.
“Temos que construir e comemorar a unidade da esquerda. Mas também atentarmos ao exemplo de Lula e buscarmos uma aliança mais ampla”, escreveu Manuela em uma rede social na ocasião.
O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), costura uma aliança com Lula na expectativa de enfrentar um candidato ligado ao bolsonarismo. Para se cacifar na oposição a Paes, Dr. Luizinho (PP), o secretário de Saúde do governo Cláudio Castro, busca atrair o bolsonarismo articulando uma chapa com o deputado federal e ex-ministro Eduardo Pazuello (PL).
Em São Paulo, o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB), que se elegeu em 2020 como vice de Bruno Covas (PSDB), agora busca uma aliança com o PL para enfrentar Guilherme Boulos (PSOL), que deverá ter o apoio de Lula. Na eleição anterior, também contra Boulos, Covas, que faleceu em 2021, buscou se dissociar do debate envolvendo o governo Bolsonaro e focar em aspectos locais da gestão tucana.