Sábado, 08 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 30 de janeiro de 2021
França e Alemanha aumentam suas restrições, a partir deste final de semana, para se protegerem das novas variantes do coronavírus, na expectativa de uma aceleração da vacinação, lenta e cheia de obstáculos, enquanto nos Estados Unidos as infecções e hospitalizações caem.
No sábado (30), a Alemanha proibiu a entrada em seu território de pessoas de cinco países (Reino Unido, Irlanda, Portugal, Brasil e África do Sul) afetados pelas diferentes variantes da Covid-19.
E a França fechará suas fronteiras com países de fora da União Europeia (UE) a partir deste domingo e aplicará outras restrições, no que parece ser a última oportunidade antes de impor um confinamento.
A Europa, com mais de 731 mil vítimas fatais, é a região do mundo que soma mais mortes pelo vírus, e a maioria de seus países estão reforçando suas medidas para conter a propagação das variantes detectadas no Reino Unido, África do Sul e Brasil.
Do outro lado do Atlântico, nos Estados Unidos, parece que a disseminação da doença está controlada e o número de novas infecções e internações hospitalares vem diminuindo há duas semanas. Segundo os especialistas, isto deve-se ao respeito pelos gestos de barreira e também ao fato de o efeito negativo das festas de final de ano e das suas reuniões familiares ficar para trás.
Além disso, pelo menos em algumas áreas do país, o vírus já contaminou grande parte da população. O país, o mais atingido pela pandemia – com mais de 436.800 mortes -, continua registrando mais de 3.000 mortes por dia, mas as curvas epidemiológicas mostram que a situação está melhorando.
Os cientistas lembram, porém, que a situação é frágil e alertam que um relaxamento muito rápido das restrições pode causar um novo pico na epidemia. Depois de uma queda nos casos durante o verão boreal, as infecções aumentaram no outono quando, com a queda das temperaturas, as pessoas começaram a se reunir em espaços fechados onde baixavam a guarda.
Em seguida, vieram as festas de Ação de Graças, Natal e Reveillon e os encontros entre familiares ou amigos. Em meados de janeiro, os Estados Unidos registravam uma média de mais de 250.000 casos e mais de 130.000 hospitalizações por dia, de acordo com dados da plataforma colaborativa Covid Tracking Project.
Polêmica com a AstraZeneca
Por sua vez, a UE autorizou a vacina da AstraZeneca, tornando-se a terceira que pode ser distribuída depois das da Pfizer/BioNTech e Moderna. A aprovação da vacina veio em meio a uma polêmica com o laboratório britânico, que havia anunciado sua impossibilidade de entregar mais de “um quarto” das doses inicialmente planejadas para os países do bloco.
Com as esperanças depositadas nas campanhas de vacinação para combater a pandemia o mais rápido possível, nenhum governo quer ficar para trás. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, foi direta com a AstraZeneca: “Espero que a empresa entregue 400 milhões de doses conforme combinado”, disse no Twitter. O diretor executivo da empresa britânica declarou, por sua vez, que “uma primeira entrega de cerca de três milhões de doses deve ser enviada nos próximos dias”.
Essa vacina, desenvolvida com a Universidade de Oxford, é mais barata e mais fácil de transportar do que as da Pfizer/BioNTech e Moderna. Outros países também estão correndo para regularizá-la para poder inoculá-la o mais rápido possível em suas populações.
No Brasil, segundo país mais afetado pela covid-19 com mais de 222.600 mortes, a AstraZeneca e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) pediram ao órgão regulador sanitário a aprovação definitiva dessa vacina.
Até agora, a Anvisa aprovou apenas o uso emergencial de dois milhões de doses importadas da vacina AstraZeneca/Oxford e cerca de 10 milhões da CoronaVac, desenvolvida pela empresa chinesa de biotecnologia Sinovac em associação com o Instituto Butantan de São Paulo.