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Notícias Às turras com o governo federal, grande parte do setor do agronegócio já avalia o desempenho de políticos cotados para enfrentar Lula nas eleições presidenciais de 2026

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Interlocução do governo Lula com o setor hoje se dá através do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro. (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

Grande parte do setor do agronegócio já avalia o desempenho de políticos cotados para enfrentar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições presidenciais de 2026. Para essas lideranças, a chance de reverter a animosidade é zero, independentemente dos acenos e do diálogo com o Ministério da Agricultura.

A Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA) é uma das entidades críticas ao governo. Em junho passado, em almoço da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), o presidente da entidade, João Martins, disse que se recusa a falar com o presidente e que o País estaria “vivendo um desgoverno”. Por outro lado, concedeu prêmio de “destaque” ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e auxilia o de Goiás, Ronaldo Caiado (União), nas suas andanças de pré-campanha.

Gedeão Pereira, presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) e diretor da CNA, afirma que o setor não tem candidato definido, mas garante que ele estará na “centro-direita”. “Não diria que temos candidato, até porque não sabemos quem eles serão, mas com certeza será de centro-direita, porque o setor é assim”, afirmou. Segundo Pereira, até existe diálogo com o ministro Carlos Fávaro (PSD), mas apenas setorial, longe das demais áreas do governo.

Líder da bancada ruralista, o deputado Pedro Lupion (PP-PR) acrescenta que de nada adianta a boa vontade de Fávaro quando outros ministros, como Marina Silva, do Meio Ambiente, e o próprio Lula disparam frases contrárias ao agro. Segundo ele, fora dos ministérios da Fazenda e da Agricultura, o diálogo não existe. O parlamentar afirma ainda que as tentativas do governo de elevar a arrecadação trazem desconfiança.

“São várias trapalhadas, e isso acaba gerando uma frustração enorme no setor que depende de um bom ambiente econômico para investir na produção. Temos muita preocupação com a questão do direito de propriedade, da segurança jurídica, de acesso ao crédito e de seguro agrícola. O setor está meio que caminhando sozinho”, diz Lupion.

Sob reserva, integrantes do setor dizem que o governador Tarcísio tem sido colocado como o “candidato dos sonhos”, mas o agro tem muito respeito por Caiado e outras figuras cotadas no meio para compor uma chapa, como a senadora Tereza Cristina (PP-MS) e os governadores Ratinho Júnior (PSD), do Paraná, e Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais.

Agrobolsonarismo

O desafio estaria em não congestionar demais a via da direita nas eleições porque, no entendimento deles, esse cenário poderia beneficiar o PT. A lista de possíveis candidatos envolve ainda o empresário e influenciador Pablo Marçal (PRTB) e até o cantor sertanejo Gusttavo Lima, dois outsiders com apelo no eleitorado conservador e do meio rural.

O professor Caio Pompeia, professor da Universidade Federal de Viçosa, destaca que houve a formação de um movimento “agrobolsonarista” a partir de 2016 que se identifica com as propostas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O discurso favorável à liberação de armas de fogo, de tolerância zero com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), de questionamento da atuação de organizações não governamentais na Amazônia e de revisão dos métodos de fiscalização ambiental e delimitação de terras indígenas atraiu o segmento, somado a outros elementos da chamada “pauta de costumes” e ao discurso anticorrupção.

Distanciamento

O governo federal tem atuado para vencer resistências do setor, como ao liberar recursos recordes para o financiamento da atividade por meio do chamado Plano Safra, que envolve subsídios para contratação de empréstimos e seguro, e com a abertura de mercados no exterior para commodities agrícolas. Em dezembro, Lula anunciou um acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia após 25 anos de negociações. O próprio presidente, contudo, avalia que existe um “problema ideológico” que afasta o setor do PT.

Por consequência do distanciamento, Lula só participou de uma feira do agronegócio neste terceiro mandato: a Bahia Farm Show, em junho de 2023, realizada em Luís Eduardo Magalhães (BA). A participação veio na esteira de uma polêmica com a Agrishow, em Ribeirão Preto (SP), quando o ministro Carlos Fávaro alegou ter sido “desconvidado” da cerimônia de abertura diante da participação confirmada de Bolsonaro. O petista afirmou que a feira da Bahia faria inveja em “alguns fascistas” da organização do evento paulista, que é de responsabilidade de entidades como a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), a Federação da Agricultura do Estado de São Paulo (Faesp) e a Sociedade Rural Brasileira (SRB).

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