Quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 20 de julho de 2024
As vacinas são essenciais para manter a saúde e podem ajudar a salvar milhões de vidas todos os anos, afirma a Organização Mundial da Saúde (OMS). No entanto, os níveis de imunização infantil estão bem longe das expectativas, segundo dados recentes da instituição, fazendo com que milhões de crianças em todo o mundo fiquem desprotegidas, como alerta a fonte.
A cobertura de imunização infantil estagnou globalmente em 2023 e ficou praticamente inalterada em comparação com 2022, deixando cerca de 2,7 milhões de crianças desprotegidas em comparação com os níveis de 2019, antes da pandemia do coronavírus.
Os dados foram compilados pela OMS em 15 de julho de 2024, quando se publicaram as últimas estimativas de cobertura nacional de imunização produzidas pela agência e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), avaliando as tendências de vacinação contra 14 doenças.
Em termos de condições, as agências alertaram que até 2023, apenas 84% das crianças (108 milhões) receberão três doses da vacina DTP (que protege contra difteria, tétano e coqueluche), o que representa um marcador-chave da cobertura global de imunização, de acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).
Ao mesmo tempo, o número de bebês que receberam apenas uma dose de DTP aumentou de 13,9 milhões em 2022 para 14,5 milhões em 2023. E cerca de 6,5 milhões não completaram a terceira dose – necessária para obter a proteção completa contra essas doenças nos primeiros anos de vida.
Sarampo e HPV
A imunização contra o sarampo também estagnou no ano passado, “deixando quase 35 milhões de crianças sem proteção suficiente”, alerta a OMS. Embora o número de menores de idade que receberam sua segunda dose tenha aumentado modestamente a partir de 2022 (chegando até 74%), essa porcentagem não é suficiente. “Ela fica aquém da cobertura de 95% necessária para prevenir surtos e mortes desnecessárias, e para atingir as metas de eliminação do sarampo”.
Outro destaque é que a cobertura da vacina contra o papilomavírus humano (HPV), que protege contra o câncer do colo do útero, aumentou entre as meninas adolescentes em todo o mundo. Mas ela está bem abaixo da meta de 90%, atingindo apenas 56% das meninas adolescentes em países de alta renda e 23% em países de baixa e média renda.
“Essas tendências, que mostram que a cobertura global de imunização permaneceu praticamente inalterada desde 2022 e, o que é mais alarmante, ainda não retornou aos níveis de 2019. Isso reflete desafios contínuos com interrupções de serviço, desafios logísticos, hesitação de vacinas e desigualdades no acesso a injeções”, alerta a organização global.
Em uma nota positiva, o órgão global de saúde destaca que a introdução constante de novas vacinas, como as do papilomavírus humano (HPV), meningite, pneumocócica, poliomielite e rotavírus, continua a expandir a proteção.
Vacinas são seguras
“A vacinação é uma maneira simples, segura e eficaz de se proteger contra doenças prejudiciais antes de entrarmos em contato com elas”, resume a Organização Mundial da Saúde. Os imunizantes permitem que as pessoas fortaleçam seu sistema imunológico e ativem as defesas naturais de seu corpo.
As Américas foram a única região a exceder os níveis de vacinação pré-pandemia de 2019, reconheceu o diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS), Jarbas Barbosa. Ainda assim, ele alertou que alguns países estão ficando para trás.
Atualmente, há vacinas suficientes disponíveis para prevenir mais de 20 doenças potencialmente fatais (como poliomielite, coqueluche, meningite e muitas outras).
Como o órgão mundial enfatiza, “as vacinas infantis salvam a vida de cerca de 4 milhões de crianças todos os anos”. As informações são da Natonal Geographic do Brasil.