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Por Redação O Sul | 12 de fevereiro de 2020
As vendas dos supermercados, hipermercados e atacadistas tiveram um crescimento real de 3,62% em 2019, quando comparadas com 2018, descontada a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O resultado ficou acima da estimativa de avanço de 3% feita pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras) para o período.
Em dezembro, as vendas reais do setor aumentaram 2,3% ante igual mês de 2018. Na comparação com novembro, a expansão foi de 16,36%, considerando que existe o efeito das vendas natalinas. Os dados foram divulgados pela entidade em coletiva que aconteceu nesta quarta-feira (12).
Para João Sanzovo Neto, presidente da Abras, o resultado é motivo de comemoração porque ficou acima do esperado para o ano. Ele havia dito em dezembro que o setor teve o melhor ano desde 2014 ajudado pela melhora do nível de emprego, aumento da confiança dos empresários e consumidores, além de reação positiva da indústria.
A associação estima um resultado ainda melhor para este ano. A previsão é que as vendas tenham um crescimento real de 3,9%.
Setor prevê crescimento
“Acreditamos que o país, embora ainda de forma gradual, já está com uma economia em recuperação. [É] um número bem significativo para o nosso setor, acima do PIB [Produto Interno Bruto], estimado em torno de 2,3% pelo governo”, disse o presidente.
Em dezembro, o índice de confiança dos empresários do setor, elaborado em parceria com a empresa de pesquisa GfK, ficou em 63,9 pontos, em uma escala que varia de zero a 100. Em outubro, quando foi divulgado o último indicador, a confiança era de 56,6 pontos.
Preço da carne
Depois de uma disparada em 2019, a carne ficou mais barata em janeiro e puxou a desaceleração da inflação oficial neste início de ano. Considerado a inflação oficial do Brasil, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 0,21% em janeiro, segundo dados divulgados na última sexta-feira (7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) –a menor taxa para um mês de janeiro desde o início do Plano Real, em julho de 1994.
Em dezembro, o indicador havia ficado em 1,15%. Em 2019, o IPCA ficou em 4,31%, acima do centro da meta para o ano, que era de 4,25%, na maior inflação anual desde 2016, quando ficou em 6,39%.
A maior influência de queda veio dos preços das carnes, que recuaram 4,03% no mês, depois de uma alta de 18,06% no mês anterior. De acordo com o IBGE, as carnes contribuíram com -0,11 ponto percentual no índice do mês, o maior impacto negativo sobre o indicador.
“Tivemos uma alta muito grande no preço das carnes, nos últimos meses do ano passado, devido às exportações para a China e alta do dólar que restringiram a oferta no mercado interno. Agora, percebemos um recuo natural dos preços, na medida em que a produção vai se restabelecendo para atender ao mercado interno”, apontou em nota o gerente do IBGE, Pedro Kislanov.