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Por Redação O Sul | 28 de julho de 2018
Às vésperas do início oficial da campanha eleitoral, a esquerda ainda tenta acertar os ponteiros. As direções do PT, PCdoB e PSB marcaram reunião, na próxima quarta-feira (1º), em Brasília (DF), para discutir possíveis alianças na eleição presidencial. Convidados, PSOL e PDT não confirmaram presença. O grupo tem quatro pré-candidatos ao Palácio do Planalto. O PT e o PDT disputam o apoio do PCdoB e do PSB.
A presidente do PCdoB, deputada Luciana Santos (PE), não descartou, na sexta-feira (27), a possibilidade de a pré-candidata do partido, Manuela D’Ávila, virar vice na chapa do PT. “Não posso falar sobre hipótese. Foi feita uma sondagem (pelo PT), e não um convite formal.”
O PCdoB vinha condicionando a retirada de Manuela da disputa à unidade da esquerda, o que dificilmente acontecerá. O encontro, na sede do PSB, está marcado para o mesmo dia da convenção nacional do PCdoB. “Nessa eleição, as chapas vão ser definidas nos pênaltis, não vai ser nem na prorrogação”, disse Luciana Santos, que teve a iniciativa da reunião.
Dirigentes do PDT dizem não ter mais expectativa de conquistar o apoio do PCdoB para a pré-candidatura de Ciro Gomes e apostam no PSB para tentar superar o isolamento político. Depois de negociar com Ciro, o centrão — DEM, PP, PR, PRB e SD — fechou acordo com o pré-candidato do PSDB, Geraldo Alckmin.
O presidente do PDT, Carlos Lupi, disse não saber se irá à reunião por causa de outros compromissos. E descartou a possibilidade de união da esquerda. “A única cobiça virou o PSB”, disse Lupi.
O PSB está dividido entre o apoio a Ciro e a neutralidade. Diante do impasse, o governador de São Paulo, Márcio França, passou a defender, nos últimos dias, o lançamento de candidatura própria, o que gerou reações internas.
“O PSB precisa se posicionar, mesmo que sua opção não represente 100% do partido. Temos que ter um palanque para defender ideias, para participar do debate nacional. Inventar candidatura de improviso seria uma grande perda de tempo”, disse o vice-presidente de Relações Governamentais do PSB, Beto Albuquerque (RS), que defende o apoio a Ciro.
O PSOL, por sua vez, oficializou, em convenção, a pré-candidatura de Guilherme Boulos à Presidência, e o PT pretende registrar o nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva mesmo com ele preso e atendendo os requisitos da Lei da Ficha Limpa, por ter sido condenado em segunda instância. A estratégia dos petistas é esticar a corda e substituir o ex-presidente na disputa após a provável impugnação de sua candidatura pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).