Domingo, 22 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 3 de janeiro de 2023
Estima-se que 17% dos adultos brasileiros tenham doença pulmonar obstrutiva crônica e 20 milhões, asma.
Foto: ReproduçãoAs doenças respiratórias são altamente prevalentes no Brasil e consideradas a terceira causa de mortes no País. Estima-se que 17% dos adultos brasileiros tenham doença pulmonar obstrutiva crônica (Dpoc) e 20 milhões, asma. Embora ainda não exista cura para elas, há diversos tipos de tratamento disponíveis, inclusive no sistema público de saúde, que melhoram os sintomas e proporcionam o controle dessas condições.
Porém, o desafio de tratar as doenças respiratórias começa pelo subdiagnóstico: apenas 12% das pessoas com Dpoc, por exemplo, são devidamente diagnosticadas. Como consequência do subdiagnóstico e tratamento inadequado, tanto pessoas com asma quanto com Dpoc frequentemente buscam atendimento nas emergências em crises respiratórias.
Idealmente a maioria dessas pessoas poderia estar adequadamente tratada, fazendo acompanhamento na Atenção Primária da Saúde (APS). O diagnóstico de doenças pulmonares é feito com base em sinais e sintomas respiratórios, presença de fatores de risco, e confirmado com a espirometria, exame que além de diagnosticar também determina a gravidade da condição. Mas é preciso investir em espirômetro nas unidades básicas de saúde e na capacitação de profissionais de saúde, como afirma Karina Mauro Dib, responsável por condições crônicas na Atenção Básica da Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo (SMS-SP).
“Além de ampliar o acesso ao diagnóstico em tempo oportuno, identificar os fatores de risco e melhorar a adesão ao tratamento medicamentoso e não medicamentoso é importante capacitar as equipes de saúde sobre essas condições, pois o subdiagnóstico é decorrente do baixo conhecimento sobre a doença por parte dos profissionais da APS”. A falta de espirômetros nas unidades de saúde também agrava a situação.
Com o objetivo de aprimorar os serviços voltados à saúde respiratória no País, Flávia Lima, presidente da Associação Brasileira de Apoio à Família com Hipertensão Pulmonar e Doenças Correlatas (Abraf) sugere que “as pessoas com essas condições crônicas sejam mais ouvidas e, com isso, suas dificuldades e necessidade principais identificadas e valorizadas no planejamento de ações e políticas de saúde”.