A Justiça gaúcha condenou um assaltante a 55 anos de prisão, mais pagamento de multa, pelo roubo de uma agência do Banrisul na cidade de Santana da Boa Vista, Região Sul do Estado, em abril de 2022. Conforme o processo, ele e três cúmplices atacaram o estabelecimento, fizeram reféns e trocaram tiros com policiais, resultando na morte de dois criminosos – um terceiro não foi identificado.
Na denúncia apresentada pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) meses depois, o promotor Gabriel Munhoz Capelani apontou os delitos de associação criminosa, receptação de veículo, roubo majorado do banco e das armas dos três vigilantes, além de duas tentativas de latrocínio contra brigadianos. Durante a fuga, em outro município, a quadrilha também cometeu roubo majorado de arma e automóvel.
“Não bastassem as consequências já observadas em delitos dessa natureza, nesse caso pessoas foram ameaçadas, agredidas e colocadas em risco”, comentou o também promotor Gustavo Blumer Alves, que atua na Comarca. “Apesar de serem cabíveis alguns reparos na sentença, o Ministério Público recebe com satisfação a decisão judicial.”
Como foi
Os quatro indivíduos invadiram o banco no dia 8 de abril daquele ano. Enquanto dois mantinham funcionários reféns para roubar o cofre, os outros dois encaminharam funcionários e clientes para a parte externa do prédio, a fim de formar um cordão humano. A modalidade de ataque é conhecida no jargão policial como “novo cangaço”.
Durante o roubo, houve troca de tiros com a Brigada Militar e dois criminosos acabaram baleados. Um morreu no local e o outro foi colocado pelos comparsas em um carro, junto com três reféns (nenhuma dos quais se feriu). Antes da fuga, os assaltantes efetuaram diversos disparos, atingindo imóveis.
Eles conseguiram chegar a Encruzilhada do Sul, onde os reféns foram soltos. Os fugitivos ainda roubaram um automóvel e uma arma-de-fogo em residência na zona rural. O assaltante ferido morreu posteriormente e o quarto envolvido até hoje não foi identificado.
(Marcello Campos)