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Mundo Assessor de Lula descarta ruptura com a Venezuela, mas reluta em classificar o país vizinho como uma “ditadura”

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"Hoje eu não vejo Lula indo à posse de Maduro", diz Celso Amorim. (Foto: Roque de Sá/Agência Senado)

Assessor especial da Presidência, e principal articulador do governo Lula com o regime chavista, Celso Amorim viu naufragarem os esforços brasileiros por um processo eleitoral limpo na Venezuela. Com o reconhecimento da vitória do presidente Nicolás Maduro pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) – sem a comprovação das atas eleitorais – e com o opositor Ernesto González refugiado na Espanha, analistas falam em “game over” para o imbróglio envolvendo a eleição e a democracia no país vizinho. Amorim, por sua vez, afirma que o Brasil não romperá laços com o governo Maduro e reluta em classificar o que ocorre por ali como uma “ditadura”: “Eu prefiro não fazer adjetivos”.

Mas também demonstra contrariedade, ao afirmar que “hoje” não vê o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participando da cerimônia de posse de Maduro, em janeiro.

Em entrevista ao Valor, Amorim comenta também o processo eleitoral americano. Diz que o Planalto, hoje, é “mais identificado” com os democratas, representados pela vice-presidente Kamala Harris. Afirma, porém, que espera “pragmatismo” do republicano Donald Trump, caso seja vencedor.

Às vésperas da Assembleia-Geral das Nações Unidas, e com o Brasil em chamas devido às queimadas, Amorim adianta que a questão climática terá destaque no discurso de Lula no evento, previsto para a próxima terça-feira. Ele também comenta a relação com a China, a guerra na Ucrânia, a escalada do conflito no Oriente Médio e sobre Elon Musk.

A seguir, os principais trechos:

1) Como o senhor vê a entrada de Kamala Harris nas eleições americanas? Se ela for eleita, o que muda nas relações bilaterais?

Acho que [haverá] uma continuidade. O importante na relação com o Brasil, e acho que os americanos progressivamente estão compreendendo isso, é que não vão ter exclusividade. O Brasil vai ter uma relação com outros países, outras grandes potências Em muitos assuntos nós concordamos com eles, e em outros assuntos nós concordamos com outros. Normal.

2) O cenário com uma eventual vitória de Trump muda?

Eu não vou me meter na eleição americana. Não sei. Isso é uma incógnita ainda, temos que ver. Não vou me pronunciar. A identidade [do governo Lula], em matéria de política econômica e de política social, é com os democratas. Foi com o Biden, e será com a Kamala Harris. Agora, em termos internacionais, obviamente EUA e Brasil têm que ter uma boa relação. São os dois maiores países do hemisfério ocidental. O que você tem que esperar é que tenha um pragmatismo [de Trump]. Vamos ver.

3) Aqui, no Brasil, Trump está muito associado ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Acha que a direita pode ter um impulso, se ele vencer?

Ela [a direita brasileira] pode tentar, mas aí eu confio mais no pragmatismo dos republicanos nesse aspecto. E acho que terá que ser uma relação normal.

4) Ainda tem uma saída para a Venezuela ou já podemos considerar um “game over”?

Nunca é “game over”. O Brasil não vai romper relações com a Venezuela. Relações é com o Estado. Nem romperia se fosse um cara de direita. Vamos trabalhar no que pudermos. A gente também tem um limite do que podemos fazer sem ser interferência. A gente até deu sugestões [sobre novas eleições]. Aparentemente, nem a oposição nem o governo estiveram de acordo, o que demonstra que talvez essas sugestões fossem equilibradas. Nós não vamos nos desinteressar da Venezuela porque é vizinho, é um país muito importante para o Brasil de qualquer maneira. Vamos continuar trabalhando de uma maneira democrática no que for possível dentro de uma cooperação que não seja uma interferência.

5) Depois de tudo que aconteceu, o presidente Lula ainda iria numa eventual posse do Maduro?

Eu não vou ficar especulando sobre isso. Se você perguntar, hoje eu não vejo isso. Daqui a quatro meses, eu não sei o que acontecerá, se terá havido [um acordo]. O Brasil ainda apoia uma coisa baseada no acordo de Barbados. Agora, quando isso poderá ocorrer.

6) Ainda tem esperança?

É a última que morre.

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