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Assessora de Carlos Bolsonaro também é alvo da Polícia Federal; suspeita é de que ela pediu à Abin informações clandestinas em nome do chefe

Casa do vereador Carlos Bolsonaro na Barra da Tijuca foi alvo de buscas da Polícia Federal. (Foto: GloboNews/Reprodução)

A Polícia Federal (PF) cumpriu nessa segunda-feira (29) no Rio de Janeiro mandados de busca e apreensão contra o vereador Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro. Luciana Paula Garcia da Silva Almeida, assessora de Carlos, também foi alvo da PF.

É mais uma etapa da Operação Vigilância Aproximada, deflagrada na última quinta-feira (25). Segundo a PF, o objetivo é investigar “organização criminosa que se instalou na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) com o intuito de monitorar ilegalmente autoridades públicas e outras pessoas, utilizando-se de ferramentas de geolocalização de dispositivos móveis sem a devida autorização judicial”.

A suspeita é que Luciana pedia informações em nome do vereador para o ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem. A PF apura se Carlos recebeu “materiais” obtidos ilegalmente pela Abin.

Ajuda

Uma assessora de Carlos Bolsonaro pediu a uma assessora de Ramagem dados sobre investigações contra familiares do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

No período da troca de mensagens, outubro de 2022, Ramagem já não era diretor da Abin. Ele havia saído do cargo meses antes, para concorrer na eleição.

Nas mensagens, Luciana diz a Priscilla Pereira e Silva, assessora de Ramagem, que está precisando muito de uma ajuda e envia dois números de inquéritos que, segundo a mensagem, envolvem o ex-presidente da República e 3 de seus filhos.

Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), o pedido de ajuda se referia a investigações que envolveriam o então presidente – identificado, na mensagem, como PR – e filhos dele.

Além desse episódio, as investigações apontam que, em fevereiro de 2020, Ramagem imprimiu informações de inquéritos eleitorais da PF que tinham como alvo políticos do Rio de Janeiro – base política da família Bolsonaro.

Segundo o ministro do STF, as provas colhidas pela PF mostram que os suspeitos usaram a Abin contra adversários e para “‘fiscalizar’ indevidamente o andamento de investigações em face de aliados políticos”.

Agentes estiveram na casa de Carlos, no Vivendas da Barra — um condomínio de luxo na Praia da Barra da Tijuca —, e no gabinete dele na Câmara de Vereadores, no Centro. Carlos não estava em nenhum desses locais: ele tinha ido a Angra dos Reis, na Costa Verde.

Policiais ficaram cerca de 3 horas na residência na Barra e encontraram um computador da Abin. Para a Câmara, a PF mobilizou veículos descaracterizados. Documentos e um computador foram apreendidos.

Também é alvo da operação um militar do Exército — que hoje está na Bahia — e era cedido para a Abin sob o comando de Ramagem.

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