Um pequeno asteroide, com cerca de 1 metro de diâmetro, fez uma entrada na atmosfera terrestre na quarta-feira (4). A rocha espacial, denominada 2024 RW1, desintegrou-se no Oceano Pacífico, próximo à Ilha Luzon, nas Filipinas.
A Agência Espacial Europeia (ESA) disse que esse foi apenas o nono asteroide foi avistado antes de colidir com a Terra. A detecção precoce foi possível graças ao Catalina Sky Survey, um projeto financiado pela Nasa dedicado a monitorar objetos próximos à Terra.
Vídeos e fotos capturados por observadores nas Filipinas mostraram uma brilhante bola de fogo cruzando o céu, confirmando a dispersão dos cientistas. A Nasa confirmou que diversos sensores detectaram o impacto, que não causou danos.
Ainda que não tenha causado danos, o evento destaca os avanços na detecção de asteroides e a importância dos sistemas de monitoramento global.
A agência espacial dos Estados Unidos e outras ao redor do mundo investem pesadamente em tecnologias e missões para identificar e, eventualmente, desviar asteroides que representam uma ameaça significativa para a Terra.
A missão DART, Nasa, por exemplo, colidiu intencionalmente com um asteroide em 2022 e foi um marco importante nesse campo, demonstrando a previsão de desviar objetos celestes.
Mesmo com o aumento da capacidade de detectar e rastrear asteroides, pesquisadores destacam que detecção de objetos menores, como o 2024 RW1, continua sendo um desafio.
Preocupações
Em outra frente, o asteroide Apophis, batizado em homenagem ao deus egípcio do caos, tem sido um dos corpos celestes mais observados nos últimos anos. A passagem relativamente próxima à Terra em 2029 gera grande expectativa na comunidade científica e, claro, algumas preocupações. Mas e se, antes dessa aproximação tão aguardada, Apophis sofresse um pequeno, mas significativo, impacto? Um novo estudo publicado no The Planetary Science Journal aprofunda o assunto em questão, analisando as chances de um encontro cósmico desviar a trajetória do asteroide e colocar a Terra em risco.
Quando os cientistas descobriram Apophis, em 2004, observações o colocaram brevemente no nível 4 na escala de risco de impacto de Torino. A tabela indica que 0 é a probabilidade de impacto é zero ou próxima disso. Já o 10 significa “uma colisão certa, capaz de causar uma catástrofe climática global que pode ameaçar o futuro da civilização como a conhecemos, seja impactando a terra ou o oceano.”
Embora o nível 4 possa parecer baixo, é o nível mais alto de qualquer objeto que foi descoberto desde que a Agência Espacial dos Estados Unidos (Nasa, na sigla em inglês) começou a monitorar Objetos Próximos à Terra (NEOs) potencialmente perigosos. Por isso, os astrônomos acompanham o asteroide de perto.
A pesquisa do astrônomo canadense Paul Wiegert, publicada na semana passada, modela, então, a possibilidade de um pequeno asteroide colidir com Apophis, alterando a velocidade e, consequentemente, a trajetória.
Estimando possíveis impactos com pedregulhos de diferentes tipos e tamanhos existentes no sistema solar, o cientista chegou à conclusão de que a probabilidade de um impacto capaz de desviar significativamente o asteroide de seu curso atual é extremamente baixa, inferior a uma em um milhão. Mesmo um impacto que pudesse alterar a distância de aproximação da Terra em 2029 tem uma probabilidade ainda menor, inferior a uma em um bilhão. Apophis deve passar relativamente próximo à Terra ainda em 2036 e 2068.
Na conclusão, o cientista alerta que as chances de não ter a colisão “são muito boas, embora tornem o risco de impacto um pouco maior do que pensávamos anteriormente.” “O monitoramento constante de Apophis é fundamental para garantir a segurança do nosso planeta”, conclui Paul Wiegert. As informações são do portal de notícias Terra e do jornal Correio Braziliense.