Em “Segunda Chance”, Susanne Bier trabalha a partir de contrastes ao destacar dois casais com bebês que vivem de forma oposta. Enquanto Andreas (Nikolaj Coster-Waldau, de “Game of Thrones”) e Anna (Maria Bonnevie) têm cotidiano economicamente estável, Tristan (Nikolaj Lie Kaas) e Sanne (May Andersen) mergulham fundo nas drogas em rotina marcada por violência e degradação. No decorrer da projeção, a diretora — que venceu o Oscar na categoria filme estrangeiro com “Em Um Mundo Melhor” (2010) — realça o desequilíbrio emocional de Anna e as boas intenções de Sanne.
Na trama, a vida do detetives Andreas vira de cabeça para baixo quando ele é chamado para atender um caso de violência doméstica. Na casa de um casal viciado em drogas, ele encontra um bebê, filho deles, trancado dentro de um armário. Sem poder ajudar legalmente a criança, o policial decide sequestrá-la.
Ao invés de suavizar o maniqueísmo, o roteiro de Anders Thomas Jensen apenas sublinha que as aparências enganam e torna ainda mais esquemático o panorama apresentado ao espectador. Já a trama ganha desenvolvimento que não tende a provocar interesse especial. E, apesar de certa preocupação de Bier em mostrar emoções à flor da pele em tom adequadamente contido, a sutileza passa longe dessa produção. O resultado é um tanto insatisfatório. (AG)
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