Sexta-feira, 10 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 9 de março de 2020
Um dos principais desafios para a Nasa, a agência espacial dos EUA, tem sido descobrir como cultivar alimentos frescos e seguros a bordo das naves. Enquanto o problema não é solucionado, os astronautas vivem no espaço de rações espaciais processadas e pré-embaladas, como frutas, nozes, chocolate, coquetéis de camarão, manteiga de amendoim, frango e carne. Elas costumam ser esterilizadas por aquecimento, liofilização ou irradiação para torná-las duráveis.
Mas essas limitações podem ser vencidas num futuro próximo. Em um novo estudo publicado na revista “Frontiers in Plant Science”, Christina Khodadad, pesquisadora do Centro Espacial Kennedy, e coautores relatam o sucesso do cultivo de uma colheita de salada – alface romana vermelha do cultivar ‘Outredgeous’ – a bordo da Estação Espacial International (ISS, na sigla em inglês). Eles mostram que a alface cultivada no espaço é livre de micróbios causadores de doenças e segura para comer, e é pelo menos tão nutritiva quanto as plantas cultivadas na Terra. Isso apesar de ter crescido sob menor gravidade e radiação mais intensa do que na Terra.
Os produtos frescos representam não apenas uma mudança bem-vinda na dieta, mas também fornecem aos astronautas potássio adicional, vitaminas K, B1 e C – nutrientes que são menos abundantes em rações pré-embaladas e tendem a se degradar durante o armazenamento a longo prazo. Além disso, o cultivo seria especialmente útil em missões espaciais de longa distância, como as próximas missões Artemis-III (programadas para levar seres humanos ao polo sul da Lua até 2024), o atual programa SpaceX e a primeira missão tripulada da Nasa a Marte, planejada para o final da década de 2020.