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Atacado por Jair Bolsonaro, que o chamou de covarde, Ronaldo Caiado não vai revidar as críticas do ex-aliado. Pelo menos por enquanto

Antigos aliados, eles estão de lados diferentes na disputa municipal na capital goiana. (Foto: Reprodução)

As eleições municipais deste ano são consideradas decisivas para o futuro do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), em sua pretensão de disputar a Presidência da República em 2026. A avaliação entre políticos e analistas é a de que o caminho de Caiado para se projetar nacionalmente passa pela consolidação de sua base no Estado e pela acomodação de aliados com vistas a ter a política goiana sob controle na formação de alianças para o próximo ciclo eleitoral.

Em março de 2020, Ronaldo Caiado, um dos poucos governadores que ainda eram aliados de Jair Bolsonaro, rompeu com o governo federal. O motivo foi a postura do então presidente em relação ao enfrentamento da pandemia.

Nessa semana, Bolsonaro retomou a rusga antiga entre os dois sobre a pandemia. “Criaram um terror no Brasil. Nós, na pandemia, fizemos o que tinha que ser feito. Fui contra governadores que falavam ‘fique em casa, a economia a gente vê depois’. Governador covarde! Não tinha como fugir do vírus”, disse Bolsonaro, enquanto apoiadores mencionavam o nome de Caiado. O governador não comentou a declaração do ex-aliado.

Altos e baixos

Com Bolsonaro inelegível até 2030 por decisão do Tribunal Superior Eleitoral, Caiado passou a integrar uma lista de “herdeiros” do espólio político do ex-presidente. Outras opções à direita são os também governadores Tarcísio de Freitas, de São Paulo, e Romeu Zema, de Minas Gerais

Este ano, o PL – partido de Bolsonaro e comandando por Valdemar Costa Neto – e o governador de Goiás se afastaram. A sigla se recusou a fechar alianças com Caiado em diversas cidades e apostou em candidaturas próprias, o que gerou novas rusgas na relação.

“Posso dizer que faltou um pouco de maturidade para um diálogo maior, já que tínhamos muitos pontos de convergência e o PL fez questão de soltar candidato próprio em todas as cidades”, disse Caiado.

Espaço vago

A relação pessoal entre Bolsonaro e Caiado é caracterizada por altos e baixos, em tom semelhante ao mantido pelo ex-presidente com outros nomes cotados para a disputa presidencial de 2026, na qual ele está inelegível. Fazem parte dessa lista os governadores de Minas, Romeu Zema (Novo), o de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o do Paraná, Ratinho Junior (PSD).

Em março, Caiado disse em entrevista ser importante contar com o apoio de Bolsonaro.

“Se realmente ele tiver condições de ser candidato, é indiscutível a liderança que ele exerce para poder ser candidato. Ora, não sendo ele, a minha trajetória de vida é exatamente no mesmo eleitorado do presidente Bolsonaro”, afirmou na época.

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