Sábado, 16 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 16 de novembro de 2024
Objetivo é saber se o homem que detonou bombas na Praça dos Três Poderes trocava mensagens.
Foto: ReproduçãoPeritos da Polícia Federal (PF) vasculham o celular de Francisco Wanderley Luiz em busca de possíveis cúmplices e financiadores. Objetivo é saber se o homem que detonou bombas na Praça dos Três Poderes trocava mensagens. Na casa que ele alugava em Ceilândia, foram encontradas 8 bombas com porcas e arruelas. Enquanto a investigação prossegue, integrantes do governo e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro apresentam suas próprias conclusões.
O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom), Paulo Pimenta, afirmou que o autor “possivelmente tinha uma retaguarda”. Já o PL repudiou o que classificou como tentativas de associar o ataque a Bolsonaro e à direita.
A PF acessou os dados do aparelho celular de Francisco Wanderley Luiz, autor do atentado próximo ao Supremo Tribunal Federal (STF), para tentar identificar quem eram seus interlocutores e se eles estavam cientes do ataque. Embora a perícia estivesse em andamento e a investigação em fase inicial, representantes do governo Lula e do núcleo mais próximo do ex-presidente Jair Bolsonaro manifestaram teses adequadas às suas narrativas sobre o episódio.
Um dos objetivos da perícia da PF é verificar se Francisco Wanderley mantinha relações políticas, tanto em Brasília quanto em Santa Catarina, seu Estado natal. Francisco era filiado ao PL e chegou a se lançar candidato a vereador nas eleições de 2020, mas não se elegeu. Os peritos analisam os históricos de buscas e mensagens atrás de provas. O inquérito corre sob sigilo.
A perícia no celular de Francisco Wanderley extraiu informações do aparelho por meio de um software de última geração. O celular estava bloqueado com senha. A quebra dos sigilos bancário, fiscal e telemático será requisitada ao STF. Outros bens apreendidos, incluindo um trailer carregado com explosivos, estão sendo periciados pelos agentes federais.
O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom), Paulo Pimenta, porém, afirmou que o autor dos atentados “possivelmente tinha uma retaguarda”. Para Pimenta, ele teria agido de forma premeditada. Segundo o ministro, as investigações estão caminhando rápido e o mais importante é saber se Francisco Wanderley – que se matou com um explosivo após detonações na Praça dos Três Poderes – tinha “conexões”.
Já o PL, em nota divulgada pelo seu secretário de Relações Institucionais, deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), repudiou o que classificou como tentativas de associar o ataque nas proximidades do STF ao ex-presidente Jair Bolsonaro e à direita. O partido considera a associação uma “tentativa de manipulação” e um ataque ao projeto de anistia aos acusados e condenados pelo 8 de Janeiro.
“Essa tentativa de manipulação revela não apenas uma distorção inaceitável dos fatos, mas também o propósito malicioso de atrapalhar o andamento do Projeto de Lei da Anistia, um passo essencial para a pacificação nacional e o restabelecimento da normalidade institucional”, diz o comunicado, que trata o episódio como um suicídio e não um “ataque aos Poderes constituídos”.