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Ataque hacker: Polícia Federal analisa servidores que hospedam dados do governo

A Diretoria de Crimes Cibernéticos da PF passou a atuar em levantamentos preliminares para a instauração de um inquérito policial. (Foto: Divulgação)

A Polícia Federal (PF) atuava nessa quinta-feira (25) em medidas como a análise dos servidores que hospedam dados do governo federal para tentar descobrir a origem de um suposto ataque hacker no Sistema Eletrônico de Informações (SEI). A plataforma, que atende os ministérios, saiu fora do ar na última terça-feira (23).

Desde o acionamento, a Diretoria de Crimes Cibernéticos da PF passou a atuar em levantamentos preliminares para a instauração de um inquérito policial. Os investigadores ainda não haviam mapeado o objetivo do ataque hacker e se a ação partiu do exterior ou de território brasileiro:

“Nossos peritos estão trabalhando em conjunto com a equipe do governo digital para tentar obter os registros cibernéticos necessários que, eventualmente, possam levar a autoria do ataque, mas como ainda estamos numa investigação preliminar, as informações são poucas”, disse o coordenador-geral de Combate a Crimes Cibernéticos da PF, Valdemar Latance Neto em entrevista à Globo News.

Neto afirma que o ataque foi limitado a sistemas administrativos e está controlado, sem riscos de alcançar outros sistemas do governo:

“A equipe de resposta já está fazendo trabalho de recuperação para isolar as máquinas que foram infectadas, limpá-las e posteriormente colocá-las em pleno funcionamento novamente.”

Nessa quinta-feira, o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos informou que parte do problema causado pelo incidente já havia sido solucionado. De acordo com a pasta, o acesso ao sistema Tramita GOV.BR, do Processo Eletrônico Nacional (PEN), foi restabelecido no final da tarde de quarta-feira. O site destina-se à tramitação de processos administrativos eletrônicos e documentos avulsos, em meio eletrônico, entre os diversos Sistemas de Processo Administrativo Eletrônico (SPE) existentes, justamente visando incrementar segurança, agilidade e redução de custos no serviço público.

Ainda segundo o Ministério, o SEI continuava inoperante.

“O sistema é responsável pelo andamento eletrônico de processos administrativos de nove ministérios e dois outros órgãos. Não foram afetados os serviços ofertados ao cidadão via GOV.BR. As equipes de TI já estão tratando o incidente para que os serviços sejam restabelecidos o mais breve possível”, disse a pasta, em nota.

Foram afetadas os ministérios e órgãos atendidos pelo SEI multiórgão. São eles:

– Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos;

– Ministério da Fazenda;

– Ministério dos Povos Indígenas;

– Ministério do Planejamento e Orçamento;

– Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços;

– Ministério do Empreendedorismo;

– Ministério da Previdência Social;

– Ministério da Igualdade Racial;

– Ministério das Mulheres;

– Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf);

– Casa da Moeda.

Segurança cibernética

Na manhã de quarta, a pasta enviou um comunicado aos servidores sobre um “incidente grave de segurança cibernética”, que deixou indisponível “várias soluções tecnológicas”, como o SEI, e diversas funcionalidades. Além da PF, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) também foi acionada.

Aos servidores, o ministério havia dito mais cedo que as equipes estavam “atuando para assegurar” que os dados estivessem íntegros e seguros.

“Ainda não há previsão para a conclusão do reparo. Diante da situação, pedimos que busquem soluções alternativas para não ter paralisação de nenhum processo ou procedimento urgente”.

Na circular interna, o Ministério orientava ainda que as solicitações de serviços fossem registradas por telefone:

“Pedimos que informem todos os casos em que os computadores estejam sem acesso à internet e procurem utilizar outra máquina que tenha acesso. Enviaremos outro boletim com informações no início da tarde. Vamos manter a comunicação intensiva pelos meios oficiais até a resolução do incidente.” As informações são do jornal O Globo.

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