Domingo, 09 de março de 2025
Por Redação O Sul | 13 de julho de 2024
Quase 300 pessoas ficaram feridas, segundo comunicado do Ministério da Saúde do Hamas em Gaza.
Foto: ReproduçãoO Ministério da Saúde administrado pelo Hamas na Faixa de Gaza afirma que pelo menos 71 palestinos foram mortos em um ataque aéreo israelense contra a zona humanitária de Al-Mawasi. Israel afirma que o ataque tem como alvo altos líderes do Hamas, como Mohammed Deif, o líder das Brigadas Qassam do Hamas. Quase 300 pessoas ficaram feridas, segundo comunicado do Ministério da Saúde do Hamas em Gaza.
Al-Mawasi foi designada por Israel como uma zona segura para os palestinos que fogem dos combates em Gaza. Os hospitais Kuwait e Nasser estão, agora, enfrentando dificuldades para lidar com o elevado número de civis mortos e feridos, disse o ministério.
Rafa Salama, comandante do Hamas em Khan Younis, também foi alvo do ataque, disseram autoridades militares de Israel, que classificaram como “preciso” o trabalho de inteligência que levou à operação. Já o Hamas disse que é “falsa” a alegação de que os alvos eram líderes do grupo.
“Não é a primeira vez que Israel afirma ter como alvo os líderes palestinos, alegações que depois se mostram falsas”, disse o grupo em comunicado.
De acordo com a agência Reuters, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, manterá reuniões sobre segurança durante o dia. Vídeos feitos na área mostram destroços fumegantes e vítimas ensanguentadas carregadas em macas. Nas imagens, é possível ver pessoas que tentam desesperadamente vasculhar os escombros de uma grande cratera com as próprias mãos.
Um dos médicos de um hospital que atende os feridos no ataque disse à BBC que este é “um dos dias mais obscuros”. Em entrevista ao Serviço Mundial da BBC, o Dr. Mohammed Abu Rayya afirmou que a maioria das vítimas que chegou após o ataque já estava morta. Outros sofriam com múltiplos ferimentos por estilhaços.
Ele comparou as cenas com “estar no inferno” e acrescentou que muitas das vítimas eram civis, principalmente mulheres e crianças. Imagens do hospital de campanha próximo do Kuwait revelam cenas de caos. Muitos pacientes recebiam tratamento no chão.
O complexo médico Nasser, em Khan Younis, está “sobrecarregado” e já não é capaz de funcionar, afirmou a instituição de caridade britânica Medical Aid for Palestinians (MAP, na singla em inglês). Na quarta-feira (10), os militares israelenses orientaram que todos os residentes da Cidade de Gaza evacuassem para o sul, em direção ao centro da Faixa de Gaza, em meio às intensificações de operações no norte do território.
Mohammed Deif, chefe das Brigadas al-Qassam, a ala militar do Hamas, é um dos principais alvos dos militares de Israel. Deif tem um status quase mítico em Gaza, depois de escapar da captura e sobreviver a várias tentativas de assassinato. Poucas informações sobre Mohammed Deif são conhecidas. O líder, que teria nascido na década de 1960, é um fabricante de bombas que esteve por trás de uma onda de quatro ataques suicidas em 1996 que mataram 65 pessoas em Jerusalém e Tel Aviv, além de outros atentados destinados a inviabilizar o processo de paz.
O seu nome completo é Mohammed Diab Ibrahim al-Masri, mas ele ficou conhecido como El Deif (o Convidado), porque, durante décadas, ficou em casas diferentes todas as noites para evitar ser rastreado e morto por Israel. Acredita-se que ele seja um dos mentores do ataque do Hamas em 7 de Outubro, quando cerca de 1,2 mil israelenses e estrangeiros — a maioria deles civis — acabaram mortos e outros 251 foram levados de volta a Gaza como reféns.