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Ataques de Israel contra o Líbano deixam 492 pessoas mortas e mais de 1.600 feridas

A ideia aventada por Estados Unidos e França era uma trégua de 21 dias. (Foto: Hussein Malla/AP Photo/picture alliance)

As Forças Armadas israelenses intensificaram seus bombardeios contra alvos militares no sul do Líbano nessa segunda-feira (23). O Ministério da Saúde libanês disse que 492 pessoas morreram e 1.645 ficaram feridas depois de Israel lançar um ataque aéreo amplo no país. Pouco antes, as Forças de Defesa de Israel haviam alertado a população civil para que se afastasse “imediatamente” de supostas posições e depósitos de armas do grupo extremista Hezbollah.

Entre os mortos estão 35 crianças, 42 mulheres e também profissionais da Saúde, segundo as autoridades. Os números totais de mortos e feridos estão sendo atualizados pelo ministério da Saúde libanês ao longo do dia e ainda podem aumentar. Os bombardeios israelenses causaram pânico e geraram uma fuga em massa do Líbano.

O bombardeio israelense desta segunda também é o mais amplo já conduzido no território do Líbano desde o início da troca de agressões entre Israel e o Hezbollah, há quase um ano –aliados do grupo terrorista Hamas, o grupo extremista libanês realiza bombardeios contra Israel desde o início da guerra na Faixa de Gaza.

Pela manhã, Israel atacou regiões do sul e do leste do Líbano. Mais tarde, voltou a bombardear Beirute, a capital do Líbano alvo de um grande ataque na sexta-feira (20).

Cerca de 1.600 alvos do grupo foram atacados, segundo os militares israelenses. De acordo com as Forças de Defesa de Israel (FDI), “um grande número” de integrantes do Hezbollah foram mortos no Líbano nesta segunda.

Israel afirmou que atingiu um dos comandantes do alto escalão do Hezbollah, identificado como Ali Karaki –segundo a Reuters, ele era o alvo do bombardeio israelense em Beirute. No entanto, o Hezbollah afirmou em comunicado que Karaki está bem e foi movido para um local seguro.

O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, afirmou que dezenas de milhares de foguetes do Hezbollah foram destruídos nos bombardeios ao Líbano nesta segunda.

Os moradores das regiões do Líbano atacadas receberam mensagens de texto e de voz enviadas por Israel alertando sobre a iminência dos ataques.

Esse foi o primeiro alerta do tipo em quase um ano de conflito em constante escalada entre Israel e Hezbollah. O aviso foi enviado após uma intensa troca de tiros no domingo (22), quando o grupo extremista lançou cerca de 150 foguetes, mísseis e drones no norte de Israel. Os ataques foram uma retaliação ao bombardeio israelense que matou cerca de dez comandantes do grupo, sendo um deles do alto escalão.

Provocação

Após os bombardeios dessa segunda, o presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, acusou Israel de buscar uma guerra mais ampla no Oriente Médio e de colocar “armadilhas” para levar seu país a um conflito maior.

O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, denunciou um “plano de destruição” executado por Israel.

“A agressão persistente de Israel contra o Líbano é uma guerra de extermínio em todos os aspectos, um plano de destruição que pretende pulverizar os vilarejos e cidades libaneses”, afirmou Mikati em um comunicado, no qual pede à ONU e aos “países influentes” para “dissuadir a agressão”.

Os caças israelenses atacaram cidades ao longo da fronteira sul do Líbano e no Vale do Bekaa, cerca de 30 km a leste de Beirute. Na capital, há relatos de tráfego intenso de carros saindo da cidade em direção a locais que seriam mais seguros.

Segundo o porta-voz das Forças de Defesa de Israel, residências no Vale do Bekaa estão sendo usadas para alojar mísseis e drones, e os ataques visam atingi-los antes que eles sejam disparados.

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