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Variedades Até 2070, mulheres continuarão vivendo mais que os homens, mas vantagem diminuirá

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Em 2046, os 60+ vão ser a maior fatia populacional do País, chegando a 28%. Em 2070, esse percentual subirá para 37,8%.(Foto: Reprodução)

A diferença de expectativa de vida entre mulheres e homens no Brasil – que já foi de 7,8 anos em 2000 – deve cair para a 4,4 anos em 2070. Os dados constam da versão mais recente do documento “Projeções de População”, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e elaborado com base no Censo de 2022.

A pesquisa registrou que, em 2023, a expectativa de vida média para homens era de 73,1 anos; para as mulheres, 79,7.  Para 2070, o IBGE projeta aumento da expectativa média para ambos os sexos: 81,7 para homens e 86,1 para mulheres.

Por que as mulheres vivem mais do que os homens?

Essa diferença na expectativa de vida entre os dois sexos não é exclusividade do Brasil. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2023, a média das expectativas de vida ao nascer da população mundial era de 75, 8 anos para mulheres e de 70,5 anos para homens.

Entre os fatores que explicam a discrepância, estão:

– fatores biológicos (como a resistência ou suscetibilidade a determinadas doenças);

– a procura por médicos para a realização de exames preventivos;

– e até comportamento social – na Rússia, por exemplo, o alcoolismo é um dos maiores causadores de óbitos no País, sendo os homens as maiores vítimas da doença.

No Brasil, também têm impacto significativo:

– as altas taxas de homicídios;

– e os acidentes de trânsito.

Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública mostram que, em 2023, 91,4% das mortes violentas vitimaram homens – as mulheres representaram 8,6% do total.

Para o demógrafo José Eustáquio Diniz Alves, que trabalhou por 20 anos como pesquisador no IBGE, a previsão de diminuição da diferença de expectativa no Brasil está relacionada à expectativa de ações para solucionar esses problemas.

“Esses fatores ampliam a diferença na expectativa de vida entre homens e mulheres. A previsão é que, no futuro, as políticas públicas sejam mais eficientes e reduzam ainda mais essa diferença”, diz o especialista.
Apesar disso, a assimetria na expectativa de vida entre os dois sexos ainda deve continuar. “A diferença deve, sim, diminuir, mas ela é muito alta para ser totalmente zerada”, afirma Alves.

Evolução da expectativa de vida

Projeção para homens no Brasil

Ano de nascimento / Expectativa de vida
2025 / 73,5 anos
2030 /  74,6 anos
2040 / 76,7 anos
2050 /  78,6 anos
2060 / 80,2 anos
2070 / 80,2 anos

Projeção para mulheres no Brasil

Ano de nascimento / Expectativa de vida
2025 /  80,1 anos
2030 / 81 anos
2040 / 82,6 anos
2050 / 84 anos
2060 / 85,2 anos
2070 / 86,1 anos

Envelhecimento da população

Os dados do IBGE divulgados na quinta (10) trouxeram outras projeções sobre a população até 2070. Elas mostram que, em 2046, os 60+ vão ser a maior fatia populacional do País, chegando a 28%. Em 2070, esse percentual subirá para 37,8% – ou seja, mais de 1 em cada 3 brasileiros será idoso.

Com isso, a idade média dos brasileiros, que em 2023 era de 34,8 anos, passará a ser de 51,2 anos.

As informações do Censo 2022 começaram a ser divulgadas em junho de 2023. Desde então, foi possível saber que:

O Brasil tem 203 milhões de habitantes, número menor do que era estimado pelas projeções iniciais.

O País segue se tornando cada vez mais feminino e mais velho. A idade mediana do brasileiro passou de 29 anos (em 2010) para 35 anos (em 2022). Isso significa que metade da população tem até 35 anos, e a outra metade é mais velha que isso. Há cerca de 104,5 milhões de mulheres, 51,5% do total de brasileiros.

1,3 milhão de pessoas que se identificam como quilombolas (0,65% do total) – foi a primeira vez na história em que o Censo incluiu em seus questionários perguntas para identificar esse grupo.

O número de indígenas cresceu 89%, para 1,7 milhão, em relação ao Censo de 2010. Isso pode ser explicado pela mudança no mapeamento e na metodologia da pesquisa para os povos indígenas, que permitiu identificar mais pessoas.

Pela primeira vez, os brasileiros se declararam mais pardos que brancos, e a população preta cresceu.

Também pela primeira vez, o instituto mapeou todas as coordenadas geográficas e os tipos de edificações que compõem os 111 milhões de endereços do País, e constatou que o Brasil tem mais templos religiosos do que hospitais e escolas juntos.

Após 50 anos, termo favela voltou a ser usado no Censo.

O Brasil tinha, em 2022, 49 milhões de pessoas vivendo em lares sem descarte adequado de esgoto. Esse número equivale a 24% da população brasileira. Já a falta de um abastecimento adequado de água atingia 6,2 milhões de brasileiros.

Mais da metade dos 203 milhões de brasileiros – 54,8% – mora a até 150 km em linha reta do litoral. AS informações são do portal de notícias G1.

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