Terça-feira, 29 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 8 de julho de 2016
Até 40% dos casos de câncer, e metade das mortes causadas pela doença, resultam de maus hábitos que as pessoas podem mudar, e não problemas genéticos ou de contaminação química, revela um novo estudo da Escola de Medicina de Harvard, nos Estados Unidos, publicado na revista especializada JAMA Oncology.
A equipe calculou que entre 20% e 40% dos casos totais e metade das mortes poderiam ser evitadas se as pessoas adotassem um estilo de vida mais saudável. O estudo se baseou em dados de 140 mil profissionais de saúde, que foram acompanhados no longo prazo. Eles foram separados em dois grupos: os que tinham vida saudável e os que não tinham.
O padrão para “vida saudável” foi estabelecido em outros estudos. Incluiu não fumar, beber até dois drinques por dia (um para mulheres), manter o peso entre um índice de massa corporal 18,5 (bastante magro) e 27,5 (levemente acima do peso), e ter uma hora de exercício forte ou duas horas e meia de exercício moderado na semana.
Ingestão excessiva de álcool e fumo aumentam riscos.
Beber muito aumenta o risco de câncer de cólon, mama, fígado, na cabeça e no pescoço. Obesidade aumenta os riscos para o esôfago, o cólon e o pâncreas. Fumar causa entre 80% e 90% das mortes por câncer de pulmão.
Dos 140 mil, só 28 mil (20%) entraram na categoria “vida saudável”, e as diferenças eram claras nos resultados. Nas mulheres não-saudáveis, a taxa de câncer era de 618 casos para cada 100 mil pessoas. Nas saudáveis, são 463, uma redução de quase um terço. Entre os homens, são 425 casos para os não saudáveis, e 283 para os que mantém bons hábitos. “A maioria dos casos de câncer poderia ser evitada com uma boa prevenção e uma vida saudável”, dizem os doutores Graham Colditz e Siobhan Sutcliffe, em um comentário em que avaliaram o trabalho.
“As seguradoras e os médicos deveriam incentivar os pacientes a serem mais ativos, usarem menos celulares e computadores, comerem mais vegetais, controlarem o peso e se vacinarem. A comunidade também deve ajudar em termos macros, apoiando feiras de rua de alimentação orgânica e lugares baratos para se praticar exercícios”, defendem os especialistas.
Alerta.
Diante da divulgação da pesquisa, a SBM (Sociedade Brasileira de Mastologia) reforçou a importância da prática de atividades físicas regulares, independente de peso e idade, para a prevenção do câncer de mama.
“A caminhada, por exemplo, é recomendada a qualquer mulher, especialmente no período pós-menopausa, além de ser uma atividade fácil e não ter custo. Exercício físico e uma alimentação saudável com pouca gordura são fundamentais para a saúde”, enfatiza a entidade em sua página na internet.
Estudos realizados por membros da SBM comprovam que, quanto maior o peso e idade, mais chances a mulher tem de desenvolver câncer nas mamas, principalmente após a menopausa, pois um dos principais hormônios produzidos pelo tecido gorduroso é o estrógeno. Nessa fase da vida, a menopausa contribui para a produção excessiva desse hormônio.
Se a mulher for obesa, o risco do tumor aumenta, pois quanto maior o número de gordura, maior o volume de hormônio feminino, que serve como “combustível” às células cancerígenas.