Desde esta quarta-feira (28) até o dia 7 de setembro, os olhos dos cinéfilos do mundo inteiro estão voltados para a Itália. É neste período que acontece o Festival de Veneza, que não apenas é o holofote para obras que serão eternizadas na Sétima Arte como também para algumas figurinhas que serão aparições frequentes entre os próximos meses, na temporada de premiações.
O diretor do evento, Alberto Barbera, anunciou que o festival receberá este ano Meryl Streep, Robert De Niro, Scarlett Johansson, Penélope Cruz, Johnny Depp, Robert Pattinson, Tommy Lee Jones, Antonio Banderas, Harvey Keitel, Gael García Bernal e Kristen Stewart, entre outros.
Vinte e um filmes, todos estreias mundiais, disputarão o Leão de Ouro, incluindo a superprodução “Coringa”, de Todd Phillips, protagonizado por Phoenix.
O Festival de Veneza já se consolidou como uma plataforma de lançamentos para o Oscar. Alguns filmes venceram diversas estatuetas depois de passar pelo evento: “Gravidade”, “Birdman”, “La la Land”, “Moonlight”, “Spotlight” e “A Forma da Água”.
Hollywood também marcará presença com “Ad Astra” de James Gray, uma odisseia espacial com Brad Pitt e Tommy Lee Jones como protagonistas, confirmando o namoro do cinema americano com Veneza. O filme é produzido pelo brasileiro Rodrigo Teixeira.
O francês Olivier Assayas está na disputa com “Wasp Network”, uma adaptação do livro do brasileiro Fernando Morais “Os Últimos Soldados da Guerra Fria”.
O filme, também produzido por Teixeira, é um thriller inspirado na vida de cinco espiões cubanos que atuaram na comunidade de exilados em Miami durante a década de 1990. No elenco, estão a espanhola Penélope Cruz e o brasileiro Wagner Moura.
Polanski e a polêmica
O retorno ao lendário Lido do cineasta franco-polonês Roman Polanski, na disputa com “J’accuse”, sobre o caso Dreyfus, o escândalo de antissemitismo na França entre 1894 e 1906, provocou polêmica pelo envolvimento do diretor em uma série de escândalos sexuais nos Estados Unidos há várias décadas.
Barbera defendeu a inclusão de última obra do longa-metragem do diretor veterano como uma reconstrução “extraordinária” de um evento histórico.
Vários grupos feministas protestaram contra a presença de Polanski na mostra, assim como pelo reduzido número de filmes dirigidos por mulheres.
Apenas dois diretores latino-americanos foram selecionados: o chileno Pablo Larraín e o colombiano Ciro Guerra.
Larraín exibirá “Ema”, protagonizado por Gael García Bernal, uma história de adoção, enquanto Guerra apresentará sua adaptação do livro de J.M. Coetzee “Waiting for the Barbarians”, com Johnny Depp e Mark Rylance.
Netflix presente
Outro diretor renomado selecionado para a mostra é o americano Steven Soderbergh, que compete com “The Laundromat”, um filme sobre o escândalo de vazamento de documentos confidenciais conhecido como “Panama Papers”, com Meryl Streep e Antonio Banderas.
Produzido pela Netflix, plataforma de streaming que não foi vetada de Veneza, ao contrário do que acontece em Cannes, “Marriage Story” também está na mostra competitiva. O diretor Noah Baumbach aborda a crise em um casamento no longa-metragem, protagonizado por Scarlett Johansson e Adam Driver.
O festival italiano optou por abrir as portas ao gigante do audiovisual após a guerra entre Cannes e Netflix, o que garante bons títulos para Veneza, como aconteceu no ano passado com “Roma” do mexicano Alfonso Cuarón, vencedor do Leão de Ouro.