Quarta-feira, 08 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 7 de janeiro de 2025
Aumento na taxa foi de um a dois pontos porcentuais, de acordo com a modalidade de financiamento. O movimento tende a esfriar as negociações nos próximos meses. A Caixa é o maior financiador do setor no País.
A Caixa Econômica Federal não resistiu à escalada dos juros no Brasil e elevou as taxas do crédito imobiliário nesta virada de ano, seguindo o mesmo caminho de outras instituições financeiras, como Itaú e Santander, que também já haviam promovido reajustes. O movimento tende a esfriar as compras e as vendas de imóveis nos próximos meses. O banco é o maior financiador do setor no País.
Na Caixa, o aumento na taxa foi de 1 a 2 pontos porcentuais, de acordo com a modalidade, conforme dados divulgados pelo banco a pedido do Estadão/Broadcast. O reajuste vale desde o último dia 2.
Até dezembro de 2024, a Caixa oferecia como taxa de juros a Taxa Referencial (TR), mais 8,99% a 9,99% ao ano, que em janeiro subiu para TR mais 10,99% a 12% ao ano. Em outra linha, a taxa praticada era de remuneração da poupança mais 3,10% a 3,99%, que agora foi elevada para poupança mais 4,12% a 5,06% ao ano. Em ambos os casos, o prazo máximo de financiamento permaneceu inalterado em 420 meses.
Em nota, a Caixa informou que a definição das taxas do banco se baseia na análise da associação de fatores mercadológicos e conjunturais, dentro das regras prudenciais de definição das condições do crédito.
O pano de fundo para o reajuste é a escassez de recursos da caderneta de poupança para abastecer novas operações de financiamento e a necessidade de os bancos recorrerem a fontes de recursos que têm custos maiores.
Na Caixa, cerca de 70% dos recursos para o crédito habitacional vêm das cadernetas de poupança, cuja remuneração é regulada, e está na ordem de 8% ao ano. Já os demais 30% vêm de fontes de mercado, como as Letras de Crédito Imobiliário (LCI), corrigidas pela Selic, que caminha para ultrapassar os 14% ao ano. Portanto, o que a Caixa e os outros bancos estão fazendo é repassar para os consumidores o aumento no custo do seu capital.
“Isso ( aumento na taxa) já era um pouco esperado, por causa da alta da Selic. Não tem como fugir”, disse a vice-presidente de Habitação da Caixa, Inês Magalhães, em entrevista ao Estadão/Broadcast. “Mas, ainda assim, estamos competitivos em relação a outras taxas praticadas no mercado.”
Padrões
As alterações da Caixa nesta virada de ano afetam os financiamentos que fazem parte do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), que são destinados a moradias de médio e alto padrões (acima de R$ 350 mil). A medida não muda os financiamentos do Minha Casa, Minha Vida.
A vice-presidente da Caixa afirmou ainda que o banco pretende manter em 2025 o mesmo volume de financiamentos imobiliários visto em 2024, algo em torno de R$ 80 bilhões (SBPE), uma alta de cerca de 7% perante 2023. “Para manter o volume, é preciso que a taxa se pague.” (Estadão Conteúdo)