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Por Redação O Sul | 21 de outubro de 2019
O STF (Supremo Tribunal Federal) autorizou a PF (Polícia Federal) a cumprir mandados de busca e apreensão, nesta segunda-feira (21), em investigação contra o deputado federal Sergio Souza (MDB-PR), suspeito de ter recebido propina no valor de 3,25 milhões de reais quando foi relator da CPI que investigou fundos de pensão de empresas estatais.
Na decisão, obtida pela Reuters, o ministro Celso de Mello disse que a investigação apresentou indícios da lavagem de dinheiro contra Souza, mediante uma “requintada engenharia financeira”, com o objetivo de dar aparência de licitude ao dinheiro entregue ao parlamentar. O ministro também decretou bloqueios de bens do deputado e de outros envolvidos.
As investigações apontaram que o parlamentar teria recebido vantagens indevidas de pessoas suspeitas de participação em fraudes nos fundos de pensão Petros, da Petrobras, e Postalis, dos Correios, em troca de proteção na CPI que funcionou de 2015 a 2016.
“Vale registrar, sob tal aspecto, a existência de relevantes indícios que denotam o recebimento, pelo parlamentar investigado, de pelo menos R$3.250.000,00, a fim de evitar a convocação e o indiciamento, pela Comissão Parlamentar de Inquérito dos Fundos de Pensão, da qual era relator”, disse o ministro no despacho.
Em nota, a assessoria de imprensa do deputado disse que o parlamentar foi tomado de surpresa em relação à operação da PF. “O parlamentar está tranquilo e se coloca inteiramente à disposição da Justiça para elucidar qualquer fato que seja necessário”.
“Sérgio Souza lembra que, como relator da CPI dos Fundos de Pensão, trabalhou com afinco para produzir resultados efetivos e que o texto final aprovado levou a diversas ações da Polícia Federal, entre elas a Operação Greenfield. A partir deste trabalho parlamentar, foram identificados desvios bilionários dos fundos de pensão e proposto o indiciamento de mais de 300 pessoas físicas e jurídicas”, acrescentou.
O STF expediu no total 18 mandados de busca e apreensão a serem cumpridos pela Polícia Federal nas cidades de Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília contra o parlamentar e demais pessoas suspeitas de envolvimento no esquema, informou a PF em comunicado mais cedo.
Segundo a PF, a investigação teve início no ano passado a partir de delação premiada de um operador financeiro que atuou em diversas fraudes desvendadas pelas operações Cui Bono e Patmos, que investigaram fraudes em fundos de pensão.
“O ciclo de lavagem de dinheiro envolvia a remessa de recursos desviados dos fundos de pensão para empresas de fachada nos Estados Unidos”, disse a PF no comunicado, acrescentando que os pagamentos eram feitos em espécie em endereços vinculados a supostos intermediários do parlamentar tanto em residências em Brasília como em hotéis em São Paulo.