O Planalto escanteou Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e apelou a parlamentares ligados aos governadores Cláudio Castro (Rio de Janeiro) e Romeu Zema (Minas Gerais) para barrar penduricalho de Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que turbina salários de juízes. Consultoria do Senado aponta que o penduricalho impacta em R$82 bilhões (em três anos) e sangra contas estaduais. Fora da agenda, na terça (22), Arthur Lira (PP-PI) esteve com Rui Costa (Casa Civil) negociando vetos.
Efeito bumerangue
O próprio Pacheco, aspirante ao governo de Minas, foi alertado que, eleito governador, teria que administrar a bomba que armou.
Ruim geral
Estados e municípios devem amargar fatura na casa dos R$20 bilhões para sustentar marajás caso a proposta de Pacheco seja aprovada.
Nada de Padilha
Para mitigar derrota nos vetos, o Planalto escalou Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), José Guimarães (PT-CE) e Jaques Wagner (PT-BA)
Nem em sonho
O governo articula para que o rombo com as emendas parlamentares fique abaixo dos R$4 bilhões, meta impensável com Padilha negociando.
Governos predadores fecharam 350 de 550 usinas
Nos 13 anos em que o governo fixou preços do açúcar sem observar custos, gerando prejuízos bilionários ao setor, o Brasil viu falir cerca de 350 das 550 usinas existentes nesse período, de 1985 e 1998. Mais de 33 anos depois e 20 anos após sentença transitada em julgado, resta ao governo indenizar os prejudicados, mas preferiu destacar a área jurídica do governo Lula (PT) para empreender uma chicana a fim de impedir ou postergar o pagamento dos precatórios, tentado alterar decisão do STF.
Sanguessugas
Nos 13 anos infernais, o governo confiscava açúcar para gerar divisas, e as usinas só viam a cor do dinheiro (abaixo dos custos) 6 meses depois.
Penúria sem fim
Hoje ainda em apuros, sem crédito e endividadas, as usinas que restam são reféns de trades, vendendo produção futura a valores aviltantes.
Na mão grande
Governos da época tomavam açúcar de exportação, commodity de valor, até para bancar a importação de petróleo, agravando a situação.
No PT, feio é perder
Após cinco derrotas, o governo Lula quer usar o STF para desrespeitar o Congresso e reonerar as folhas de municípios e empresas dos setores que mais empregam. O caso será julgado por Cristiano Zanin, ex-advogado pessoal que Lula nomeou ao STF. E la nave va.
Custo sem benefício
O Google, uma das três maiores empresas do mundo, anunciou não ter capacidade para se adequar às exigências do TSE em torno de anúncios eleitorais em 2024 e vetou tudo. Candidatos – e eleitores – que se virem.
Rápido na gaveta
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado tirou da pauta, na última hora, votação do projeto que autoriza o funcionamento de cassinos e bingos. O relatório, favorável, é de Irajá (PSD-TO).
Governo amarelo
Faltou voto ao governo para aprovar o DPVAT e Jaques Wagner (PT-BA) atuou para retirar a proposta da pauta de votação do Senado. Aprovado, o projeto abre R$15 bilhões para o governo torrar. E nós pagamos.
Fala, Janja!
Janja chamou o ministro Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos) e anunciou ofensiva contra a Gol, via Anac, após morte de cachorro. Sobre o enteado, caçula de Lula acusado de espancar a ex-mulher, nada.
Menos pobres
Roraima (-9,5%) e Amazonas (-9,3%) lideram ranking de redução da pobreza em 2023, aponta estudo do Instituto Jones dos Santos Neves. Só um estado aumentou a pobreza, Acre (+0,4) de Gladson Cameli (PP).
Guarda SUS
Para Marco Feliciano (PL-SP), a ideia de Ricardo Lewandowski (Justiça) de criar “SUS da segurança pública”, dando ainda mais poder ao governo federal, e não a Estados, “lembra muito a Guarda Revolucionária do Irã”.
Impacto imediato
Após reunir enorme multidão em Copacabana apoiando o ex-presidente Jair Bolsonaro e a liberdade de expressão, o PL espera impacto positivo quase imediato nas próximas pesquisas para prefeito no Rio de Janeiro.
Pensando bem…
…com a sorte recente, o “SUS da segurança pública” vai acabar combatendo o câncer organizado.
PODER SEM PUDOR
Santo candidato
Em visita à Bahia, em 1936, quando o País especulava sobre sucessão presidencial, Getúlio Vargas ouviu o governador Juracy Magalhães, em um discurso, traçar o perfil ideal de candidato, que para ele deveria ser paciente, honesto, corajoso, empreendedor, prudente, generoso etc. Na viagem de volta, dia seguinte, Getúlio cutucou o genro Amaral Peixoto: “Já sei quem é o candidato de Juracy”, provocou. “Acho que é ele mesmo”, respondeu Peixoto. “Não. Só pode ser o Senhor do Bomfim”, disse Getúlio, às gargalhadas.
(Com Rodrigo Vilela e Tiago Vasconcelos)