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Saúde Atenção senhores pais: para evitar problemas como pedofilia e bullying, todo o cuidado é pouco

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Especialistas apontam que participar da vida digital da criança é uma das melhores estratégias para protegê-la nas redes sociais. (Foto: Reprodução)

Criança ainda não tem maturidade para entrar em rede social, dizem alguns. Não adianta proibir, porque hoje praticamente todas têm celular, acreditam outros. Enquanto pais e mães se debatem para saber quem está com a razão, há uma única certeza: é preciso orientar as crianças e acompanhá-las de perto no uso das redes sociais.

Apesar de a maioria delas, como o Facebook e o Instagram, recomendar a entrada apenas a partir dos 13 anos de idade, uma pesquisa conduzida pelo CGI.br (Comitê Gestor da Internet no Brasil, composto por membros indicados pelo governo, setor tecnológico e sociedade) mostrou que, em 2013, 43% das crianças de 9 e 10 anos com acesso à internet já tinham perfil próprio em uma rede social. Participaram da pesquisa mais de 2 mil crianças e adolescentes (dos 9 aos 17 anos).

Para os especialistas ouvidos pela reportagem, por ainda não terem capacidade de administrar a exposição da intimidade que as redes exigem e por serem mais suscetíveis a investidas de pessoas mal-intencionadas, as crianças devem aguardar a idade mínima recomendada para fazer parte desse universo. Sentada no sofá de casa, ela não percebe que a internet é um espaço público e que tudo o que ocorre em seus domínios fica documentado, criando uma pegada digital que pode trazer consequências graves não só durante a infância mas também na vida adulta.

A neuropediatra Liubiana Araújo, presidente do departamento de desenvolvimento e comportamento da Sociedade Brasileira de Pediatria, lembra alguns riscos menos conhecidos. “A criança está construindo sua personalidade e, nas redes sociais, ela tenta se moldar de acordo com o que os outros esperam dela”, diz. “Sem falar que, ao ignorarem o limite mínimo de idade, os pais ensinam que as regras podem ser burladas.” Os pais, por sua vez, têm muita dificuldade para resistir aos apelos insistentes dos filhos.

Participação é fundamental.
Uma das melhores estratégias para minimizar os riscos é participar da vida digital da criança – ou seja, observá-la quando joga, assiste a vídeos ou faz buscas. E ensinar quais podem ser as consequências de se postar uma foto ou publicar um comentário nas redes, como faz Daniela Sene, mãe de Nicole, 9, e Beatriz, 3. “Eu tenho a senha dela, mas prefiro entrar junto. Quando vi a foto de uma menina de biquíni, expliquei que há adultos que não são do bem e que não é legal postar esse tipo de foto.” Daniela não vê o acesso às redes sociais como um “problema” porque, segundo ela, a filha foi orientada sobre como usá-las. “Não quero limitar algo que faz parte do mundo dela”, afirma a mãe, que é “amiga” de Nicole no Snapchat e no Instagram.

Fazer amizade ou “seguir” o filho nas redes sociais é mesmo uma boa estratégia, de acordo com os especialistas, porque permite saber com quem a criança se relaciona, ver se as fotos compartilhadas são adequadas etc. (Folhapress)

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