Quinta-feira, 06 de março de 2025
Por Redação O Sul | 20 de abril de 2023
Além disso, correm o risco de ser presos e multados por violação do Estatuto do Torcedor.
Foto: Divulgação/MP-GOOs jogadores envolvidos no esquema de manipulação de jogos do Brasileirão e dos Estaduais, investigado pelo Ministério Público de Goiânia na Operação Penalidade Máxima II, podem ser banidos do futebol. Além disso, correm o risco de ser presos e multados por violação do Estatuto do Torcedor e associação a lavagem de dinheiro e organização criminosa.
De acordo com a investigação, os atletas cooptados recebiam de R$ 50 mil a R$ 100 mil para cumprirem determinadas ações durante o jogo, como tomar um cartão ou cometer um pênalti. O crime é previsto tanto pelo Código de Prevenção e Combate à Manipulação de Competições, do Comitê Olímpico do Brasil (COB), como pelo Regulamento Geral de Competições da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) de 2023, que consideram ilícitas manipulações praticadas por atletas, técnicos, membros de comissão técnica, dirigentes e todos aqueles que, direta ou indiretamente, possam exercer influência no resultado das partidas.
Mauricio Corrêa da Veiga, advogado especialista em direito desportivo, observa que os códigos também preveem que clubes e federações devem auxiliar todos aqueles que denunciarem práticas ou tentativas de manipulação de resultado.
“A pena para o crime, prevista pelo Estatuto do Torcedor, é de dois a seis anos e pode ser aplicada tanto para quem solicita a manipulação, como para quem aceita vantagem em detrimento do resultado esportivo justo”, observou o especialista. “A punição é possível tanto para o atleta, quanto para o clube, caso seja comprovado o envolvimento de cada uma das partes. As federações que organizam os campeonatos têm regras genéricas de preservação da idoneidade do esporte. Infrações comprovadas podem gerar para o atleta, para os dirigentes e para o clube até o banimento do esporte.”
O advogado relembra o caso do jogador de tênis João Souza, o Feijão, punido em 2020 pela Tennis Integrity Union (TIU), comitê que investiga casos de corrupção no esporte, após ser comprovada sua participação em esquemas de manipulação de resultados. O tenista foi banido permanentemente das competições profissionais e condenado a pagar uma multa no valor de US$ 200 mil (R$ 800 mil na cotação da época).
Os investigados
Um dos alvos de busca e apreensão na operação desta terça-feira é o jogador Victor Ramos, da Chapecoense. Em nota, o clube afirmou que “reforça o seu apoio e, principalmente, a confiança na integridade profissional do atleta” e ressaltou que colabora com as investigações. Ainda de acordo com o ge, os outros investigados são o lateral-esquerdo Igor Cariús, do Sport, o meia Gabriel Tota, ex-Juventude e atualmente no Ypiranga-RS, e o zagueiro Kevin Lomónaco, do Bragantino.
O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS), que prestou apoio ao MP de Goiás no cumprimento de três mandados de busca e apreensão nas cidades de Santa Maria, Erechim e Pelotas, informou que outros dois alvos são jogadores de futebol do Rio Grande Sul, não identificados.
Operação Penalidade Máxima
A ação deflagrada na terça-feira (18) é um desdobramento da Operação Penalidade Máxima, realizada em fevereiro e que resultou na denúncia de 14 pessoas, entre elas oito jogadores de futebol, na Série B do Brasileiro.