Quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 14 de janeiro de 2023
Ex-vice-presidente da República, o senador eleito Hamilton Mourão (Republicanos-RS) descartou a possibilidade de as forças de segurança se rebelarem contra o governo Luiz Inácio Lula da Silva. “Não vejo risco de rebelião, pois as tropas têm estado sob o controle de seus comandantes”, disse ele.
Para Mourão, os atos de vandalismo e depredação do patrimônio público são inaceitáveis. Além disso, prejudicam o posicionamento político da oposição, a quem caberá deixar claro que suas bandeiras são o conservadorismo e a liberdade econômica. Por outro lado, Mourão disse considerar que o atual governo tem feito uma exploração política do episódio, considerado por autoridades dos três Poderes como atos terroristas inéditos às instituições e ao Estado Democrático de Direito.
“Não era necessário uma intervenção federal, até porque o interventor entende tanto de segurança pública quanto eu de física quântica”, disse, em referência a Ricardo Cappelli, um jornalista ex-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE).
General da reserva, Mourão defendeu a atuação das forças de segurança, Polícia Militar do Distrito Federal e do Exército, a qual é questionada por ministros e pelo próprio presidente Lula. Ele também disse discordar daqueles que responsabilizam o ex-presidente Jair Bolsonaro pelo ocorrido.
“O presidente Bolsonaro saiu do país no dia 30 e permaneceu em silêncio, portanto seria leviano atribuir responsabilidade a ele”, disse o senador eleito.
Na sua avaliação, os atos decorrem de um sentimento latente de parcela da sociedade que não aceita o tempo do jogo democrático. “O presidente Bolsonaro saiu do país no dia 30 e permaneceu em silêncio, portanto seria leviano atribuir responsabilidade a ele”, argumentou. Mas ressalvou: não aceita ser chamado de bolsonarista. “Não sigo pessoas, e sim ideias”, disse.
Mourão considera difícil apontar responsáveis pelos atos de vandalismo e prefere “apontar a conjuntura vivida e a catarse que ocorre quando uma massa entra em avalanche”.
Em relação a atuação do batalhão do Exército responsável pela segurança do Planalto, o ex-vice-presidente considera que a tropa da guarda ao Planalto agiu “com muita frieza, pois caso contrário haveria um banho de sangue”. Segundo ele, “não era um ataque por elementos armados, que seria respondido com força igual. Era um enorme grupo de manifestantes, que só poderia ser contido mediante o emprego de muita munição menos letal e a presença de, no mínimo, uns 500 homens. Como não havia previsão de baderna, a tropa estava de sobreaviso”.