Uma grande parte dos criminosos que a polícia consegue pôr na cadeia acaba nas ruas logo na audiência de custódia: cerca de 40% da bandidagem. Neste ano, 39.729 presos dormiram tranquilamente em casa horas após o cometimento do crime que resultou na breve passagem pelo sistema prisional. A legislação, por imposição do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em 2015, obriga “apresentação de toda pessoa presa à autoridade judicial no prazo de 24 horas”.
Números
Até agora, em 2024, 65.119 tiveram prisão preventiva decretada. Outros 389 curtiram prisão domiciliar. Supostamente, porque não há controle.
Raio-X
Entre os estados com maior número de audiências de custódia estão São Paulo, 25,5 mil; Minas, 13,9 mil; e Rio Grande do Sul, 11,9 mil.
Bandidagem celebra
A audiência de custódia é invenção do ministro Ricardo Lewandowski (Justiça), então presidente do CNJ, que “legislou” sobre o assunto.
Porta rotatória
Agora legislando a sério, o Senado discute alterações que impeçam que as audiências de custódia continuem uma “porta rotatória” da cadeia.
PSDB resiste apoiar Tabata para prefeitura em SP
Crescem no PSDB as dificuldades para apoiar a candidatura de Tabata Amaral (PSB) à prefeitura de São Paulo. Os tucanos paulistas querem aderir, mas a trava está a 3 mil quilômetros de distância: Pernambuco. A governadora Raquel Lyra, que é do PSDB, não quer nem ouvir falar em aliança com o PSB de João Campos, prefeito do Recife, candidato contra ela em 2026 e namorado de Tabata. Raquel fez a proeza de enxotar o PSB do Palácio do Campo das Princesas, onde se aboletou por 16 anos.
Desfibrilador
No PSDB, a pressão é para ter José Luiz Datena como cabeça de chapa e puxar votos e recompor a base na Câmara de Municipal paulistana .
Aqui não
No Rio Grande do Sul e no Mato Grosso do Sul, estados governados por tucanos, a convivência PSDB/PSB é harmônica.
Camarão que dorme…
O PSDB até sonhou com cadeira de vice na chapa de Ricardo Nunes (MDB), mas enrolou e viu Aldo Rebelo, já no MDB, mais perto da vaga.
Sol quadrado
Kim Kataguiri (União-SP) perguntou se Lula estava com saudades da cadeia. O deboche foi resposta ao presidente que disse que se pudesse fazer um decreto seria para proibir a mentira, “quem mentir, vai preso”.
Brasil por baixo
Na avaliação do empresário Elon Musk, no quesito gravidade da censura e grau no qual as próprias leis estão sendo quebradas, o Brasil é o pior caso entre todos os países onde o ‘X’, ex-Twitter, opera.
Espertalhões
Vice-líder do governo e pré-candidato a vice-prefeito do Rio de Janeiro, o deputado Pedro Paulo (PSD) alertou para “jabuti” no projeto que ressuscitou o DPVAT que alteraria, na surdina, o marco fiscal. Acusou o relator, mas não mencionou que é Rubens Pereira Jr. (PT-MA).
Invasão do norte
O senador Plínio Valério (PSDB-AM) acionou a PF e a Polícia Rodoviária Federal para investigarem a presença de um comboio de caminhões supostamente alemães e holandeses cruzando a Amazônia.
DF luta
O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, vai dedicar os próximos dias a inaugurar todas as 11 tendas de atendimentos emergenciais específicas para o combate ao surto da dengue.
Comunismo do leste
A Justiça no Vietnã, país governado pelo partido comunista, condenou à morte a empresária bilionária Truong My Lan, dona de empreiteiras, bancos etc., após escândalo de fraude de mais de R$60 bilhões.
Autoflagelo
O ex-deputado Paulo Eduardo Martins (PL-PR) reagiu ao presidente petista Lula, que supostamente deseja decretar cadeia para quem mentir. “Só pode ser saudade”.
Dígito único
A previsão do deputado Marcel van Hattem (Novo-RS) é que Lula (PT) vai deixar o cargo com popularidade inferior à da ex-presidente Dilma. Ela foi impichada do cargo com apenas 10% de aprovação.
Pensando bem…
…surpreende o novo mapa mundi do IBGE não ter como centro o umbigo do presidente.
PODER SEM PUDOR
Sentença de morte
Papel em branco aceita tudo. Em Vajota (CE), o candidato a prefeito Gentil Pires (PSB) convenceu um adversário a ser seu vice prometendo renunciar em dois anos. E entregou a ele um papel em branco com sua assinatura. Eleito, Gentil não cumpriu o trato. E a vingança foi cruel: a Câmara Municipal recebeu uma carta-renúncia, onde ele confessava bater na mulher, beber muito e não se sentir “em condições morais” para o cargo. Destituído, reconheceu a sua assinatura, mas não a carta.
Moral da história: assinar em branco hoje é a sentença de morte amanhã.
Com Rodrigo Vilela e Tiago Vasconcelos