Terça-feira, 29 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 13 de julho de 2015
Os homens recorrem, cada vez mais, às cirurgias plásticas. Segundo a Isaps (Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética), o sexo masculino representa 35% de todos os procedimentos estéticos realizados no País. E uma série de profissionais registram este crescimento na rotina dos seus consultórios.
Porém, o perfil é um pouco diferente entre os gêneros. “Enquanto a maioria das mulheres [de 70% a 80%] faz cirurgias por motivos estéticos, os homens se dividem entre estética e reparação. Entre as principais reparações há cicatrizes, traumas e consequências de cirurgias bariátricas”, explica o médico Wagner Teixeira. Ele cita outros motivos para intervenções reparadoras, como a ginecomastia (crescimento excessivo da glândula mamária), a rinoplastia (cirurgia no nariz), a otoplastia, que é a correção da “orelha de abano”, e o rejuvenescimento facial.
“O homem sempre foi vaidoso. Com o acesso à informação e a mídia falando mais em cirurgia plástica, a procura entre os homens tornou-se maior e o preconceito diminuiu. Estamos em uma curva ascendente, ainda nem atingimos o pico. Mas as pessoas estão mais preocupadas com a aparência de uma forma geral, frequentando mais as academias. Estudos comprovam que uma boa aparência traz vantagens até na hora da busca por um emprego.”
Para Teixeira, o boom das cirurgias plásticas está atrelado ao aumento do poder de consumo de uma forma geral. “A classe C cresceu nos últimos dez anos”, finaliza o médico.
Procedimentos mais procurados.
De acordo com dados da Isaps, em 2013 foram realizadas 185 mil cirurgias plásticas em homens no Brasil. A ginecomastia e a lipoaspiração foram os procedimentos mais feitos pelo sexo masculino. Hoje, a maioria dos homens que procuram esses procedimentos é formada por “executivos que querem se vestir bem e melhorar a autoestima”, afirma o cirurgião Carlos Uebel. “Além disso, a nossa economia melhorou bastante e as classes C e D têm tido mais acesso às cirurgias. As técnicas, a qualidade e a segurança dos procedimentos também melhoraram muito”.
Se hoje a motivação é autoestima, no passado, o público buscava melhorar o aspecto físico por motivos profissionais, segundo o cirurgião plástico Luiz Victor Carneiro Jr. “O homem não queria a cirurgia, mas precisava de uma aparência jovial para competir no mercado de trabalho. Atualmente, o paciente vem ao consultório com o desejo de melhorar a estética e, consequentemente, a autoestima. Com o aumento da procura dos homens por procedimentos estéticos, algumas cirurgias foram remodeladas para atender a esse nicho crescente de pacientes. Antes se usava a mesma técnica em mulheres e homens, agora existe uma abordagem voltada para melhorar o paciente e manter a naturalidade e masculinidade”, aponta.
Uma das possíveis explicações para a inserção dos homens no mundo das cirurgias plásticas é a “mudança na cultura”, destaca o diretor da SBCP (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica) Luis Henrique Ishida. “Culturalmente, ser vaidoso é mais aceitável e comum no sexo feminino. Porém, hoje em dia, essa cultura tem mudado muito com a abertura social que existe.”