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Aumentam expectativas de como ficará a Argentina com o pacote econômico do presidente Milei aprovado pelo congresso do País esta semana

Parlamentares argentinos debatem projeto de lei de reforma econômica do presidente argentino, Javier Milei, conhecido como "lei ônibus" no Congresso Nacional, em Buenos Aires, Argentina. (Foto: Reprodução)

O presidente da Argentina Javier Milei conquistou sua primeira grande vitória no Legislativo ao conseguir a aprovação de seu pacote de reformas econômicas, concedida pelo Congresso na madrugada dessa sexta-feira (28). O texto aprovado difere do apresentado originalmente após meses de discussões e uma série de modificações pelos parlamentares.

“Com 38 deputados, 7 senadores e o apoio de um setor da liderança política, e apesar do obstrucionismo do Kirchnerismo e dos seus habituais cúmplices, que atrasaram o projeto durante meses, o Governo Nacional conseguiu a aprovação da primeira lei no caminho para o País livre e próspero que os argentinos elegeram em 19 de novembro”, disse uma declaração oficial do gabinete do presidente.

No documento, o gabinete diz que a aprovação da lei não resolve “a situação catastrófica herdada”, mas reconhece “progresso significativo” no governo. “O Poder Executivo agradece mais uma vez o trabalho patriótico dos legisladores que compreenderam a responsabilidade histórica que tinham em suas mãos.”

A proposta do megapacote de Milei foi aprovado no Senado argentino neste mês após horas de debate, cuja votação chegou a um empate de 36 a 36 votos. A vice de Milei, Victoria Villaruel, concedeu o voto definitivo para aprovação do projeto, que retornou à Câmara para tratar das alterações feitas pelos senadores.

A nova lei dá poderes especiais para Milei governar por decreto em diversas áreas, permite a dissolução de organismos públicos e privatizações de estatais, altera leis trabalhistas e dá incentivos fiscais para empresas estrangeiras que queiram investir no País.

Ainda assim, foi necessário que Milei fizesse diversas concessões para que o texto pudesse avançar: a redução dos mais de 660 artigos originais da “Lei de Bases” – conhecida também como “Lei Ônibus” – para as atuais 238, em um consenso no governo.

Megaprojeto de lei 

A “Lei de Bases e Pontos de Partida para a Liberdade dos Argentinos”, também conhecido como megaprojeto de lei, foi apresentado nos primeiros dias do governo de Javier Milei. O documento original possuía 664 artigos. Depois de muita articulação política e debate, a Câmara aprovou um texto com 232 artigos, quase um terço do projeto original.

O pacote inclui diversas modificações e medidas, incluindo a declaração de “emergência pública em questões administrativas, econômicas, financeiras e energéticas pelo período de um ano”. A medida daria a possibilidade ao Poder Executivo para legislar nessas áreas sem precisar passar pelo Congresso.

Entretanto, o governo teve que ceder novamente em relação a alguns pontos para que ele fosse analisado pelo Senado. A Aerolíneas Argentinas, Radio y Televisión Argentina (RTA) e Correo Argentino foram excluídas das empresas públicas viáveis ​​para privatização.

Senado

Na votação de 13 de junho, em meio a amplos protestos de rua, as empresas Aerolíneas Argentinas, Correo Argentino e o sistema público de mídia foram excluídas pelo governo da lista de estatais elegíveis para privatização como parte de uma negociação com senadores para conseguir a aprovação das normas.

Além disso, os legisladores introduziram alterações para moderar os benefícios fiscais incluídos no regime conhecido como “RIGI” para investimentos superiores a US$ 200 milhões (R$ 1 bilhão) e eliminaram modificações nos impostos sobre altos salários e bens pessoais, entre outros aspectos.

Enquanto os senadores debatiam o megaprojeto houve confronto entre manifestantes e policiais. Carros e lixeiras foram incendiados e manifestantes jogaram garrafas e pedras contra as forças de segurança. A polícia usou um caminhão com canhão d’água, motos e balas de borracha para tentar dispersar os manifestantes. Pelo menos 18 pessoas foram detidas. As informações são da CNN.

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