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Política Ausência de políticos do Centrão no ato promovido por Lula em Brasília mostra dificuldades que o governo terá no Congresso este ano

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Baixo quórum é um indicativo de que o grupo quis manter distância protocolar de um evento que seria usado pelo presidente para politizar as invasões golpistas. (Foto: Lula Marques/Agência Brasil)

Deputados da base aliada do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva demonstraram preocupação com a ausência de parlamentares do Centrão do evento em memória dos dois anos dos atos de 8 de janeiro de 2023. A falta dos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), já estava no radar, mas havia a expectativa de que outros nomes do bloco marcassem presença, o que acabou não ocorrendo e foi visto como “boicote” do grupo a uma iniciativa do Palácio do Planalto.

A maioria dos deputados e senadores presentes era do PT, mas alguns quadros de outros partidos de esquerda, como o PCdoB, participaram da solenidade que ocorreu no Planalto na manhã de quarta-feira (8). O senador Otto Alencar (PSD-BA) e o deputado José Nelto (União-GO) eram os nomes que representavam o Centrão na cerimônia.

Fontes apontaram que o baixo quórum, especialmente de nomes ligados ao bloco, é um indicativo de que o grupo quis manter distância protocolar de um evento que, em sua avaliação, seria usado pelo presidente para politizar as invasões golpistas.

Além disso, a ausência em massa amplia a expectativa de que o governo não terá vida fácil no Congresso neste ano. A insatisfação com o Planalto vem do ano passado e, de acordo até mesmo com deputados da base, ainda não foi superada.

Ainda que parte das emendas suspendas pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), tenha tido seu pagamento retomado na reta final do ano passado, parlamentares ainda nutrem ressentimentos em relação ao Judiciário e também sobre o Executivo.

A maioria dos deputados ainda não engoliu as alegações dadas por Lula a Lira e ao possível sucessor do alagoano, Hugo Motta (Republicanos-PB), de que a decisão de Dino de bloquear o pagamento de R$ 4,8 bilhões em emendas de comissão não foi feita em jogo combinado com o governo.

Dino bateu o martelo dias após o Congresso concluir a aprovação do pacote fiscal enviado pelo Executivo ao Legislativo no ano passado. Ao ter uma ampla ausência em uma data considerada muito simbólica para o governo, o Centrão passa o recado de que a relação continua abalada e de que é preciso esforços para a interlocução ser completamente restabelecida.

Com isso, ampliam a pressão por melhores espaços no primeiro escalão do Executivo, que podem ser viabilizados na reforma ministerial esperada para as próximas semanas. Lideranças do bloco de Lira avaliam que nem mesmo isso pode ser suficiente para melhorar de vez a relação entre os Poderes. Isso porque as investigações abertas após a decisão de Dino sobre as emendas parlamentares tem incomodado os deputados e vem impondo esses distanciamento deles em relação ao petista.

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